Colóquios - 39º Encontro
CQ01 Estudos Legislativos
Este colóquio tem como objetivo trazer ao público as opiniões de especialistas sobre questões relevantes na área dos estudos legislativos, procurando oferecer os resultados de pesquisas atuais não apenas para aqueles que atuam na área, mas de maneira acessível também a quaisquer pessoas interessadas. Neste ano, a primeira sessão do colóquio abordará a Reforma Política, numa tentativa de entender as consequências para o sistema político das mudanças que (não) ocorreram. Já a segunda sessão tratará do comportamento do Congresso Nacional e de seu papel no governo nos anos recentes, indagando se a dinâmica de sua relação com o Executivo foi alterada este período em comparação com anos anteriores.
1ª sessão: Reforma Política: o que (não) aconteceu?
Dia 27/10, terça-feira, das 20h00 às 21h30. Sala 10 – Hotel Lopes
Coordenação : Mauricio Moya (UFRGS)
Expositores: Fabiano Santos (Iesp-Uerj), Felipe Nunes (Vox Populi) e Magna Inácio (UFMG)
2ª sessão: Congresso Nacional: um novo protagonismo?
Dia 28/10, quarta-feira, das 19h30 às 21h00. Sala 10 – Hotel Lopes
Coordenação : Mauricio Moya (UFRGS)
Expositores: Acir Almeida (IPEA), Lúcio Rennó (UnB), Manoel Leonardo Santos (UFMG)
CQ02 Gênero, classe, raça e sexualidade: desigualdades e desafios no campo dos direitos
1ª sessão: Gênero, raça e classe: convergências na reprodução das desigualdades
Dia 27/10, terça-feira, das 20h00 às 21h30. Sala 13 – Hotel União
Há décadas vêm ganhando corpo estudos teóricos e empíricos que procuram compreender as conexões entre gênero, raça e classe na reprodução das desigualdades. O acúmulo de desvantagens define posições que implicam oportunidades e formas de vulnerabilidade diferenciadas para os indivíduos: a explicação dessa dinâmica não é suficiente quando se considera apenas uma das variáveis (gênero, raça ou classe) isoladamente. As desigualdades no acesso a renda, a tempo, na participação política e nas garantias para a integridade física e psíquica correspondem a formas de opressão que são melhor compreendidas com atenção para interseccionalidades e convergências. Também fica evidente, assim, a complexidade da construção dos sujeitos na luta política. A proposta da mesa é discutir os privilégios e desvantagens que se definem nas convergências entre gênero, raça e classe. Na teoria e na prática política, essas são questões fundamentais para o enfrentamento dos limites das democracias contemporâneas. No contexto brasileiro, expõem a distância entre os ideais igualitários que referenciam a democracia e as desigualdades que são obstáculos para a cidadania de segmentos amplos da população.
Coordenação: Flávia Biroli (UnB)
Expositores: Angela Maria Carneiro Araújo (Unicamp), Luis Felipe Miguel (UnB), Marcia Lima (USP)
2ª sessão: Gênero, sexualidade e direitos: desafios políticos e intelectuais contemporâneos
Dia 28/10, quarta-feira, das 19h30 às 21h00. Sala 13 – Hotel União
Há algumas décadas temos acompanhado transformações sociais importantes no que refere a gênero e sexualidade no Brasil. Atualmente, gênero e sexualidade são não apenas identificados como dimensões centrais da vida social, como também têm galvanizado parte importante do debate político no país. A multiplicação e renovada visibilidade de sujeitos políticos, suas lutas por reconhecimento como sujeitos de direitos e a oposição por parte de setores conservadores têm posicionado tais questões no centro de uma intrincada arena de disputas. A proposta parte desse contexto de deslocamento de moralidades e emergência de diferentes formas de regulação para refletir sobre desafios políticos e intelectuais que se enunciam ao conjugarmos gênero, sexualidade e direitos no cenário brasileiro contemporâneo. Para tanto, reflete sobre: o aborto e seus deslizamentos entre direito e crime; as reações à prostituição, a “respeitabilidade” e suas articulações entre gênero, raça, classe e construção da nação; novas sensibilidades e a classificação da violência de gênero na vida universitária.
Coordenação: Regina Facchini (Unicamp)
Expositores: Lia Zanotta Machado (UnB) Ana Paula Silva (UFF), Heloisa Buarque de Almeida (USP).
Debatedor: Sérgio Carrara (Uerj)
CQ03 Reflexões sobre a Sociologia hoje: internacionalização, avaliação, inovação e produção de conhecimento
1ª sessão: Sistemas de Avaliação, Internacionalização e Desenvolvimento da Pós Graduação: reflexões sobre o fazer-científico acadêmico profissional e ‘artesanía’ intelectual.
Dia 27/10, terça-feira, 20h00 às 21h30. Sala 14 – Hotel União
A Pós-Graduação Brasileira tem crescido exponencialmente desde a década de 1960 e o desenvolvimento das Ciências Sociais segue o mesmo modelo. A significativa expansão do número de cursos e Programas de Pós-Graduação tem sido delineada pela política de Avaliação Contínua introduzida pela Capes em 1998. A atuação desta e de outras agências de fomento (CNPq, FAPs) é decisiva na orientação geral dos processos de trabalho dos pesquisadores e da estrutura de financiamento. A contribuição dos Sistemas de Avaliação Contínua e de incentivo acoplados ao desempenho é inegável no que se refere à profissionalização da Pós-Graduação. No entanto, questões recentes como o debate sobre internacionalização, além do direcionamento da produção de conhecimento têm dividido a comunidade acadêmica quanto à estrutura, funcionamento e particularidades do modelo de Avaliação adotado. Porém, diante da intensificação da competição no mercado acadêmico e das pressões temporais estruturais da sociedade contemporânea e sua acelerada velocidade de circulação de informações, poucas têm sido as oportunidades de refletir coletivamente sobre esse processo. Esta mesa propõe-se justamente a preencher tal lacuna.
Coordenação: Alice Rangel de Paiva Abreu (UFRJ)
Expositores: Anete Brito Leal Ivo (UFBA), Afrânio Raul Garcia Jr (EHESS), Marina de Carvalho Cordeiro(UFRRJ)
2ª sessão: Desafios para a Sociologia contemporânea: internacionalização, inovação e produção de conhecimento
Dia 28/10, quarta-feira, das 19h30 às 21h00. Sala 14 – Hotel União
A proposta desta mesa é debater os desafios que a sociedade contemporânea impõe à Sociologia, tanto no que diz respeito a seu estatuto científico como a sua vocação de análise e interpretação das transformações na realidade social. Nesse sentido, iremos abordar os processos de internacionalização, pesquisa, inovação, e produção do conhecimento. As profundas transformações no século XXI exigem que os sociólogos avaliem e balizem as várias dimensões do processo de produção de conhecimento, tais como pautas de pesquisa, procedimentos metodológicos, tradições teóricas, trabalhos em redes e a relação com a esfera pública. É importante considerar as múltiplas opções que se colocam e avaliar questões centrais: O que significa inovação? Qual é nossa capacidade de refletir sobre a intensa dinâmica da sociedade, sem nos deixar arrastar por narrativas simples ou interpretações enviesadas? Como criar um ambiente internacional de debate, quando as condições parecem tão desiguais? Qual a nossa posição e nossas alternativas na interlocução com as demais ciências? Nosso objetivo é refletir, junto com a comunidade de sociólogos, sobre caminhos e possibilidades para nossa ciência no século XXI
Coordenação: Celi Scalon (UFRJ)
Expositores: Sonia Karam Guimarães (UFRGS), Josefa Salete Cavalcanti (UFPE), Richard Miskolci (UFSCar)
CQ04 Sistema Educacional Brasileiro: contextos de ensino e financiamento
1ª Sessão: Financiamento das instituições de ensino públicas e privadas brasileiras
Dia 27/10, terça-feira, das 20h00 às 21h30. Sala 12 – Hotel Lopes
A proposta tem como objetivo discutir questões relacionadas com o financiamento das instituições públicas e privadas do sistema escolar brasileiro, especialmente da Educação Básica e do Ensino Superior. A primeira expositora pautara sua análise na distribuição dos recursos para Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE) e no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) entre os entes federados e entre as esferas administrativas. Os outros dois participantes dedicarão atenção especial ao Ensino Superior, abordando aspectos do financiamento público às instituições privadas de ensino, com particular atenção aos programas PROUNI e FIES. Enquanto uma das exposições construirá seus argumentos tendo a legislação como fundamento, a outra apresentará os principais resultados de uma pesquisa empírica efetuada com cinquenta bolsistas do programa.
Coordenação: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins (USP)
Expositores: Theresa Adriao (Unicamp), Nicholas Davies (UFF), Wilson Mesquita de Almeida (UFABC).
2ª Sessão: 90 anos de Ensino de Sociologia no Brasil: passado, presente e perspectivas de futuro
Dia 28/10, quarta-feira, das 19h30 às 21h00. Sala 12 – Hotel Lopes
O processo de institucionalização da Sociologia no Brasil dá-se em meio às intensas mudanças no plano social, cultural e político. Em 1925, a Reforma Educacional Rocha Vaz criou as primeiras cátedras de Sociologia no Brasil, inicialmente ministradas por intelectuais autodidatas nesse campo do saber. Tomando esse marco temporal como referência, completamos 90 anos de uma história que se expandiu e se diversificou fortalecendo-se com a criação dos primeiros cursos de graduação nos anos de 1930 e de pós-graduação nos anos de 1960, em que pesem tais datações serem, elas mesmas, alvos de problematizações. A mesa se propõe a revisitar essa tradição intelectual a partir de três eixos norteadores de destaque na contemporaneidade: a) a presença da Sociologia na Educação Básica, cuja reintrodução no currículo escolar, em 2008, tem fomentado um intenso debate nas ciências sociais brasileiras; b) o ensino de Sociologia nos cursos de graduação num cenário impactado pela crescente presença do setor privado; c) o ensino e a pesquisa sociológica na pós-graduação, campo altamente complexo em que se colocam novos desafios como a crescente demanda pela internacionalização da produção acadêmica.
Coordenação: Adelia Maria Miglievich Ribeiro (Ufes).
Expositores: Amurabi Oliveira (UFSC), Yvonne Maggie (UFRJ), Emil Sobottka (PUC-RS).
CQ05 A expertise antropológica em debate: diálogos e tensões entre a Antropologia e o Direito
É possível ver um percurso construído de relação entre as áreas da Antropologia e do Direito desde o ano de 1986, a partir da necessidade de elaboração de laudos antropológicos. Trata-se de um esforço conjunto entre a ABA e o MPF de criar e de dar continuidade a um diálogo fundamental para um melhor entendimento mútuo e uma melhor articulação prática entre essas áreas, nos casos em que suas competências se cruzam. Percebe-se que muitas questões fundamentais para ambas têm surgido, colocando desafios que precisam ser refletidos, nos termos da tradição epistemológica da Antropologia e do próprio Direito. A proposta neste atual momento é a de suscitar a oportunidade para que se apresentem reflexões de profissionais de ambas partes. O presente fórum, assim, focará principalmente na discussão da produção de entendimentos, tanto de um lado quanto de outro, sobre qual o papel da expertise antropológica, ressaltando-se possíveis convergências e divergências, ao tempo que busca também observar seus efeitos para os grupos sociais alvos de suas atuações.
Coordenação : Alexandra Barbosa da Silva (UFPB) e João Pacheco de Oliveira (MN/UFRJ)
1ª Sessão: Produção de “verdades”: reflexões da Antropologia e do Direito
Dia 28/10, quarta-feira, das 19h30 às 21h00. Sala 16 – Hotel União
Expositores: Wilson Rocha Assis (Procurador do MPF-GO), Paulo Santilli (Unesp), Andrey Cordeiro Ferreira (UFRRJ)
2ª Sessão: Ética e metodologia na construção dos laudos antropológicos
Dia 29/10, quinta-feira, das 18h00 às 19h30. Sala 16 – Hotel União
Expositores: Marco Antônio de Almeida (Procurador do MPF-MS), Fabio Mura (UFPB), Eliane Cantarino O’Dwyer (UFF)
CQ06 Confrontando Imagens nas Ciências Sociais (Comissão de Imagem e Som)
O propósito deste Colóquio é aprofundar as reflexões do lugar das imagens no mundo social e os seus significados. Quais as e implicações epistemológicas, teóricas e metodológicas de sua utilização nas Ciências Sociais? Quais são suas potências? Quais são seus limites? Quais as compreensões que temos elaborado criticamente quanto aos significados das imagens? Como desenvolver estratégias de investigação com imagens e os sentidos a ela associados? Quais são os desafios da pesquisa com imagens na contemporaneidade? Estas questões pretendem orientar os debates apresentando alguns caminhos já trilhados de pesquisas e esboçar as linhas que vislumbramos no estudo com as imagens em nosso horizonte.
1ª. Sessão: Usos e abusos das imagens nas Ciências Sociais
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 16h00. Sala 5 – Anf. Caxambu, Hotel Glória
Coordenação: Ana Luisa Fayet Sallas (UFPR)
Expositores: Cornelia Eckert (UFRGS), José de Souza Martins (USP), Miguel Chaia (PUC-SP)
2ª. Sessão: Desafios da pesquisa com imagens nas Ciências Sociais
Dia 28/10, quarta-feira, das 14h00 às 16h00. Sala 5 – Anf. Caxambu, Hotel Glória
Coordenação: Miguel Chaia (PUC-SP)
Expositores: Ana Luisa Fayet Sallas (UFPR), Edgar Teodoro da Cunha (Unesp), Renato Athias (UFPE)
CQ07 Internacionalização da produção e circulação do conhecimento: luzes e sombras
Nesta década, nas universidades e nas ciências sociais, e também nos veículos que circulam o conhecimento nelas produzido, o termo internacionalização adquiriu uma aura quase mágica - algo que lembra um termo correlato, globalização, muito usado na década passada com uma conotação de inevitabilidade e passividade. Esta questão tornou-se incontornável pelos seus efeitos na avaliação e financiamento de nosso trabalho nos programas de Pós-Graduação, projetos de pesquisa, edição de revistas e produção de livros. Neste fórum propomos rever a internacionalização nas ciências sociais como um campo de ação e agência. Faz-se necessário refletir sobre o que seria internacionalização, assim como se questionar este fenômeno de uma forma mais positiva e proativa para as ciências sociais, particularmente tendo o Brasil como foco de reflexão. Quais seriam os tipos de relações internacionais que nos interessam? Tencionamos, primeiro, avaliar criticamente o que tem sido esta nossa internacionalização – e sua procura constante. Segundo, queremos analisar algumas experiências que apontam na direção daquele que podemos chamar de uso estratégico da internacionalização, onde ela deixa de ser considerada um fim em si mesmo para se tornar um meio para atingir melhor qualidade em nosso trabalho. Partimos de reflexões sobre experiências que aproveitam o espaço proporcionado pelo uso comum da língua portuguesa e suas articulações com outras línguas, sobretudo o inglês e o espanhol.
Coordenação: Adrian Gurza Lavalle (USP), Emilia Pietrafesa de Godoi (Unicamp)
Debatedor: Ruben Oliven (UFRGS)
1ª. Sessão: Outros caminhos para a internacionalização
Dia 27/10, terça-feira, das 19h30 às 21h30. Sala 7 – Hotel Glória
Coordenação: Emília Pietrafesa de Godoi (Unicamp)
Expositores: Livio Sansone (UFBA/AILPsch), Susana de Matos Viegas (ICS ULisboa/AILPsch), Paris Yeros (UFABC/African Institute of Agrarian Studies, Zimbábue)
2ª. Sessão: Balanços da internacionalização
Dia 28/10, quarta-feira, das 19h30 às 21h30. Sala 7 – Hotel Glória
Coordenação: Adrian Gurza Lavalle (USP)
Expositores: Charles Pessanha (UFRJ), Cláudio Furtado (UFBA/AILPsch), Gilberto Hochman (Fiocruz).
CQ08 Ética e Pesquisa nas Ciências Humanas e Sociais
Este Colóquio propõe-se a discutir a questão da ética em pesquisa, a partir da análise crítica da regulamentação da ética em pesquisa no Brasil e de seu sistema operacional - centrado em uma Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) vinculada ao Conselho Nacional de Saúde (CNS) dentro do Ministério da Saúde e ramificado em comitês de ética em pesquisa (CEPs) locais -, com ênfase no processo de elaboração de uma regulamentação específica para a ética em pesquisa nas Ciências Humanas e Sociais e Sociais Aplicadas (CHSSA) no âmbito da Conep, em curso no país e cuja minuta foi divulgada no sítio eletrônico do CNS para consulta à sociedade em agosto de 2015.
1ª sessão: Pretende-se nesta primeira sessão reafirmar o despropósito do MS regulamentar a ética em pesquisa no país, problematizando, de um lado, a inspiração bioética da noção de ética em pesquisa ora em vigor no país - construída a partir de problemas éticos relativos a pesquisas clínicas e experimentais das ciências da saúde - e sua pretensa universalidade; de outro, as práticas de poder que enseja o sistema CEP/Conep no qual se assenta essa regulamentação.
Dia 27/10, terça-feira, das 19h30 às 21h00. Sala 18 – Hotel Caxambu
Coordenação: Cynthia Sarti (Unifesp)
Expositores: Cynthia Sarti (Unifesp), Emil Sobottka (PUC-RS) e Patrice Schuch (UFRGS)
2ª sessão: A segunda sessão deste Colóquio propõe-se a discutir a ética em pesquisa tendo como referência a análise comparativa com outros contextos e com outras formas de conceber, tratar e regulamentar a ética em pesquisa. Busca-se, assim, revisar as experiências de Comitês de Ética em Pesquisa em Ciências Humanas já constituídos no Brasil (UFRJ e UnB).
Dia 28/10, quarta-feira, das 19h30 às 21h00. Sala 18 – Hotel Caxambu
Coordenação: Cynthia Sarti (Unifesp)
Expositores: Claudia Fonseca (UFRGS), Daniela Tonelli Manica (UFRJ) e Érica Quinaglia Silva (UnB)
CQ09 Estudos de Cultura e Sociedade Brasil – Portugal
1ª sessão: Instituições culturais e públicos da cultura
Dia 28/10, quarta-feira, das 19h30 às 21h00. Sala 6 – Hotel Glória
A presente sessão visa debater contributos para o melhor conhecimento dos públicos das instituições culturais e de como incorporar esse conhecimento nas opções políticas estratégicas de forma a promover a inclusão social. A valorização social da cultura tem levado ao crescimento e diversificação das instituições culturais em diversos domínios. Contudo, as oscilações de dinâmica económica (de crescimento ou de crise) produzem efeitos variados. Simultaneamente, a rápida penetração das novas tecnologias e a transição para a sociedade em rede tem implicações nas instituições culturais, em alguns casos de complementaridade, noutros de concorrência aberta. Em qualquer caso nestas instituições a difusão cultural ocupa um lugar central. Os públicos são frequentemente apontados como a principal razão de legitimação da sua existência. Entre outros fatores, a escolaridade e as políticas de abertura a todos os públicos favoreceram o crescimento e diversificação social dos frequentadores e o alargamento das atividades de difusão cultural a emergência de novos modos de relação dos indivíduos com estas instituições. Estes e outros tópicos relacionados estarão em debate nesta sessão.
Coordenação: Maria Arminda Nascimento Arruda (PRCEU-USP), José Soares Neves (CIES-IUL)
Expositores: Daniela Ghezzi (CPF-SESC), José Carlos Durand (EACH/USP), José Soares Neves (CIES-IUL)
2ª sessão: Novas formas de produção cultural e culturas de contestação
Dia 29/10, quinta-feira, das 18h00 às 19h30. Sala 6 – Hotel Glória
Tem-se observado nas últimas décadas a emergência e consolidação de novas formas culturais em territórios urbanos marginais, associadas a culturas juvenis segregadas, mas não só, que desafiam mais uma vez as sempre instáveis noções de cultura popular, identidade, arte comunitária e mesmo de artista. A produção artística da/na periferia vem ganhando visibilidade mediática e também crescente reflexão por parte das ciências sociais. A ressignificação do próprio termo ‘periferia’ será talvez um dos efeitos mais sensíveis destas dinâmicas culturais, em especial do ponto de vista dos processos de construção identitária em sociedades desiguais. Por outro lado, na perspetiva dos campos de produção artística, jovens artistas e coletivos trazem novos cruzamentos de linguagens e a possibilidade de outros horizontes de carreira artística. Pretende-se nesta mesa debater estas questões a partir de pesquisas realizadas em diferentes territórios urbanos no Brasil e em Portugal, cruzando quadros teóricos e instrumentos metodológicos trabalhados em terrenos de pesquisa contrastados.
Coordenação: Maria Arminda Nascimento Arruda (PRCEU-USP), Rui Telmo Gomes (CIES-IUL)
Expositores: Heitor Frúgoli (USP), Paulo Carrano (UFF), Érica Peçanha do Nascimento (USP), Rui Telmo Gomes (CIES-IUL)