Mesas Redondas
MR01 40 anos de Vigiar e Punir: o efeito Foucault nas Ciências Sociais
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 2 – Hotel Glória
No ano de 2015, comemoram-se 40 anos da publicação de Vigiar e Punir, um livro clássico das Ciências Humanas, que transformou de forma decisiva a maneira de se pensar não apenas a prisão, como objeto de estudo da História e das Ciências Sociais, mas, de forma mais geral, a análise da punição e dos ilegalismos nas sociedades modernas e contemporâneas. Tendo em vista pesquisas sobre o mundo contemporâneo que atentam para o lugar renovado da punição na atualidade, esta mesa redonda pretende refletir sobre duas das contribuições mais importantes presentes em Vigiar e Punir: o papel que a prisão ocupa na economia punitiva atual, no contexto do encarceramento massivo de parcelas importantes das populações urbanas, e a gestão seletiva de espaços de repressão e de tolerância nas práticas econômicas às margens das formas de gestão governamentais.
Coordenação: Marcos Cesar Alvarez (USP)
Expositores: Antônio Carlos Rafael Barbosa (UFF), Luiz Claudio Lourenço (UFBA), Vera da Silva Telles (USP)
MR02 A desigualdade no Brasil: persistência ou redução?
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 7 – Hotel Glória
Dois alicerces da ciência social comparada foram abalados pela trajetória recente da desigualdade. O primeiro afirma que a democracia levaria à redução das desigualdades sociais nas economias avançadas e garantiria sua preservação conquistas sociais. O segundo sustentava que esta rota virtuosa estava interditada ao Brasil, pela combinação da origem dos direitos sociais e instituições inadequadas. A democracia produziria, portanto, duas rotas distintas: estabilidade da baixa desigualdade nas economias avançadas e estabilidade da elevada desigualdade no Brasil. Os fatos, contudo, podem ter se subvertido. As democracias avançadas experimentaram crescimento da pobreza e da desigualdade a partir dos 1970. No Brasil, por sua vez, há um debate sobre a trajetória da desigualdade no período recente. Esta mesa-redonda pretende discutir interpretações divergentes sobre as relações entre democracia, políticas públicas e desigualdade, examinando a trajetória recente da desigualdade no Brasil. Esta foi substancialmente reduzida? Ou permaneceu inalterada? Que mecanismos operam no sentido de sua redução? Quais evidências autorizam sustentar que desigualdades são resilientes?
Coordenação: Marta Arretche (USP)
Expositores: Adalberto Moreira Cardoso (Iesp-Uerj), Antonio David Cattani (UFRGS), Celia Lessa Kerstenetzky (UFF)
MR03 A institucionalização da pesquisa sobre educação e ensino superior nas ciências sociais: antropologia, ciência política e sociologia
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 8 – Hotel Glória
No Brasil ainda não atingimos um processo consolidado de institucionalização da pesquisa sobre a educação nas ciências sociais e, em especial, sobre o ensino superior, embora muitas iniciativas tenham sido feitas nesse sentido. Após uma fase de acentuado recuo nas ciências sociais, vimos assistindo, desde os anos 1980, uma retomada de realização de trabalhos teóricos e empíricos sobre essa temática. Não devemos, contudo, nos entusiasmar: o aumento do número de pessoas escrevendo sobre o assunto e/ou prestando assessorias a grupos particulares ou a órgãos da burocracia governamental não implica necessariamente na institucionalização da área, tampouco expressa um amadurecimento da pesquisa e/ou da prática da intervenção acadêmica e/ou aumento de sua influência na agenda das ciências sociais.
Coordenação: Helena Maria Sant´ana Sampaio (Unicamp)
Expositores: Carlos Benedito Martins (UnB), Clarissa Eckert Baeta Neves (UFRGS), Maria Ligia Barbosa (UFRJ).
Debatedora: Elizabeth Balbachevsky (USP)
MR04 Arte urbana, graffiti e piXação : tensões entre público e privado
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 9 – Hotel Glória
As cidades do século XXI, cada vez mais, parecem ser marcadas, desenhadas, assinadas como se constituíssem um livro de natureza "sui generis". Não apenas a arquitetura urbana, a dinâmica do tráfego, as várias esferas de sociabilidade contam a história de uma cidade. Cada vez mais se pode identificar nas paredes, muros, e outros tipos de suportes, modos de inscrição e produção de significados urbanos. Além das publicidades, das placas, faixas, cores, das argamassas, texturas que compõem a arquitetura urbana, os “pixos”, "graffiti", escritos urbanos, colagens, compõem novos desafios visuais. De tal maneira que a própria natureza do que é cidade, os limites entre o que se considera paisagem pública ou privada, as fronteiras entre ações legais e ilegais têm frequentemente ocupado o espaço da mídia, das políticas públicas, dos próprios agentes que intervêm na cidade e das instituições de controle, regulação e repressão urbana. Essa Mesa pretende, dando continuidade às ações da Rede de Pesquisadores Luso-brasileiros em artes e intervenções urbanas(R.A.I.U), evidenciar diferentes abordagens teórico-metodológicas que permeiam estudos e pesquisas do multifacetado fenômeno.
Coordenação: Glória Maria dos Santos Diógenes (UFC)
Expositores: Alexandre Barbosa Pereira (Unifesp), Lisabete Coradini (UFRN), Roselene Cássia de Alencar Silva (UFBA)
MR05 As Ciências Sociais e a Administração Pública: a construção do Campo de Públicas
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 10 – Hotel Lopes
Acompanhando a tendência mundial o Brasil vem inovando na forma de refletir, tanto na produção intelectual sobre a gestão das políticas públicas, quanto na multiplicação de cursos de graduação e pós-graduação, a formação de quadros profissionais competentes para atuar na formulação, implementação, análise e avaliação de políticas públicas. A presente MR pretende demonstrar as especificidades do Campo de Públicas no Brasil, em termos acadêmicos e da inserção do egresso no mundo do trabalho. Com as transformações ocorridas na gestão pública no Brasil contemporâneo, como a criação de espaços institucionalizados de participação social, que incorpora novos atores sociais, ampliando a participação direta da sociedade civil nas políticas públicas e na governança democrática, os novos cursos do Campo de públicas inovam na forma de compreender o processo de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas.
Coordenação: Magda de Lima Lucio (UnB)
Expositores: Fernando Luiz Abrucio (FGV-SP), Lindijane de Souza Bento Almeida (UFRN), Luciana Leite Lima (UFRGS)
MR06 Atitudes políticas, ideologias e redes sociais nos protestos: emergência de novas forças político-midiáticas?
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 11 – Hotel Lopes
Os protestos de março e de abril foram convocados por grupos com face nas redes sociais. De acordo com os seus líderes e os conteúdos compartilhados nestas redes, observa-se que as manifestações reuniram grupos ideologicamente distribuídos em posições distintas. Uma primeira "novidade" a destacar é a organização não institucional desses grupos, que não foram liderados por "políticos tradicionais". Um segundo fato é a presença do antipetismo nas mensagens. Estes manifestantes, que pedem a saída da Presidente Dilma, foram pesquisados por meio de surveys. Em geral, resistem aos temas que dizem respeito à expansão dos direitos das minorias. Outro grupo protesta tem ido às ruas para protestar contra a política de ajustes econômicos e também são críticos ao governo. Qual o perfil político-ideológico dos que protestam? O que estes protestos críticos ao governo trazem de novo para a política brasileira? E qual a relevância das mídias tradicionais e das novas tecnologias na veiculação de informação sobre a política e na convocação destes protestos? A mesa discutirá estas questões com bases de pesquisas de opinião com os manifestantes e com pesquisas realizadas nas redes sociais.
Coordenação: Helcimara de Souza Telles (UFMG)
Expositores: Esther Solano Gallego (Unife sp), Gustavo Venturi (USP), Regina Helena Alves da Silva (UFMG)
MR07 Conflitos e repressão aos trabalhadores rurais e urbanos no regime militar no Brasil
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 12 – Hotel Lopes
A criação da Comissão Nacional da Verdade colocou em discussão diferentes vertentes da repressão que ocorreu no campo e na cidade ao longo do regime militar no Brasil. Procurando dialogar com os seus desdobramento, a Mesa Redonda proposta para o 39º Encontro ANPOCS tem duplo objetivo: a) analisar alguns aspectos da dinâmica da CNV no que se refere à pesquisa sobre fatos ocorridos com trabalhadores rurais e urbanos, e os impasses verificados; e b) lançar luz sobre determinados fatos para suscitar um debate tanto teórico quanto metodológico sobre temas, ainda pouco exploradas pelas Ciências Sociais, como as formas da repressão que se abateram sobre o mundo do trabalho, nas suas diversas dimensões, apontando entrecruzamentos e singularidades. Com a iniciativa, a Rede de Estudos Rurais procura abrir um diálogo entre vertentes dos estudos sobre o mundo do trabalho, chamando a atenção para pontos de contato entre situações muitas vezes vistas como distintas e opostas (rural em oposição ao urbano). Pretende-se, assim, chamar a atenção não só para a necessidade de cruzar olhares como também de colocar em questão algumas fronteiras que se criaram ao longo da trajetória das Ciências Sociais.
Coordenação: Vera Lúcia Silveira Botta Ferrante (Uniara)
Expositores: Alejandra Luisa Magalhães Estevez (CPDOC –FGV/RJ), Marta Regina Cioccari (UFRRJ), Sérgio Sauer (UnB)
MR08 Crise da água: balanços e perspectivas a partir das ciências sociais
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 13 – Hotel União
Temas relativos aos conflitos pelo acesso à água no Brasil têm recebido crescente atenção das ciências sociais. Desde o início da década de 1990, a implementação dos novos arcabouços nacional e estaduais de gestão das águas no país – amparados em princípios descentralizados e participativos de governança ambiental – vem sendo interpretada em suas dimensões político-institucionais e de esfera pública. O objetivo desta mesa é discutir a atual crise de gestão e abastecimento de água no país tomando por referência os estudos dedicados ao tema nos escopos da sociologia e da ciência política. Do ponto de vista institucional, serão abordados os impasses relacionados à implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e a construção das novas arenas participativas de governança do recurso no país – notadamente os Comitês de Bacias Hidrográficas, também classificados como "parlamentos das águas. No âmbito dos conflitos, serão problematizadas as disputas entre grupos de usuários no interior das arenas de governança, com destaques para as estratégias políticas, as redes de interesses, a desigualdade ambiental e as lutas cognitivas que marcam o próprio diagnóstico da crise da água.
Coordenação: Nirvia Ravena (UFPA)
Expositores: Pedro Roberto Jacobi (USP), Rebecca Abers (UnB) e Rodrigo Constante Martins (UFSCar)
MR09 Crises Políticas: perspectivas clássica e contemporânea
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 14 – Hotel União
Crises Políticas são eventos frequentes e relevantes na vida das sociedades mas tem merecido muito pouca elaboração teórica das ciências sociais, ainda que haja muitas análise sobre situações críticas específicas. Na ciência política são muito raros os estudos teóricos sobre o tema, a despeito de um dos seus expoentes, Gabriel Almond, ter dedicado um livro a isso. A sociologia vem dando mais atenção a elas mas tem se concentrado particularmente ao exame teórico de uma modalidade de crise, a revolução. Tendo em vista a relevância das conjunturas críticas para a vida social e a carência de trabalhos teóricos sobre o assunto, propomos examinar as contribuições de autores clássicos da ciências sociais, especificamente Marx e Weber, e de alguns contemporâneos para a análise sistemática de crises políticas.
Coordenação: Brasilio Sallum Jr. (USP)
Expositores: Renato Monseff Perissinotto (UFPR), Sebastião Velasco e Cruz (Unicamp), Brasilio Sallum Jr. (USP)
MR10 Deficiências, direitos humanos e etnografia
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 1 – Hotel Glória
Deficiência é um conceito em disputa. Campos diversos do conhecimento vêm buscando definições, assim como diferentes agentes sociais, sejam eles membros de organizações de defesa de direitos ou gestores de políticas públicas. O que sabemos é que existe uma tentativa de produzir sujeitos a partir de pontos de vista englobante de ideologias diversas. Mas as tentativas globais, como as proclamadas pelos direitos humanos, tomam formas particulares em contextos locais. A tensão entre as realidades global e local demonstra a fluidez dos conceitos hegemônicos e as diversas possibilidades que surgem a partir dos elementos trazidos pelos diversos contextos etnográficos. Esta mesa redonda busca colocar em diálogo a tensão constituinte do conceito de deficiência, partindo de panoramas globais (como os direitos humanos), passando por dois contextos etnográficos particulares e o modo com que tensionam essa realidade englobante.
Coordenação: Adriana Dias (Unicamp)
Expositores: Éverton Luís Pereira (UnB), Íris Morais Araújo (USP), Patrice Schuch (UFRGS)
MR11 Do corpo da classe a classe dos corpos: Jogos Olímpicos e os jogos da diferença
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 15 – Hotel União
A proposta é pensar as densidades histórica e simbólica de algumas apropriações do fato esportivo em torno dos Jogos Olímpicos. Assim como os jogos foram instrumentalizados visando constituir identidades nacionais e de classes desde o início do século XX, neste século a produção de novos sujeitos dentro da arena esportiva aponta para a pluralidade de atores cujos projetos de pessoa e cidadania reivindicam a arena esportiva como o locus dessas experiências, que passam pelas questões de gênero, saúde e normatividade. Fenômenos como os Gay games e os Jogos paralímpicos acolhem no horizonte dos Jogos Olímpicos experiências que gravitam dentro e ao mesmo tempo fora do campo hegemônico empresarial, midiático e institucional que gerencia os fenômenos esportivos.
Coordenação: Martin Curi (Uerj)
Expositores: Luiz Fernando Rojo Mattos (UFF), Sérgio Settani Giglio (Unicamp), Nelmão Gusmão de Oliveira (UESB).
Debatedor: Luiz Henrique de Toledo (UFSCar)
MR12 Drogas, atores e sociedade: Os efeitos das interações e das políticas
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 16 – Hotel União
A mesa tem como objetivo abordar aspectos diferenciados da questão das drogas, nas interações que são estabelecidas entre atores posicionados ao longo da cadeia produtiva e de consumo de substâncias psicoativas consideradas ilegais. O debate buscará evidenciar as políticas de drogas no Brasil e seus efeitos sobre grupos e populações. A mesa terá três apresentações. A primeira apresentação focará os efeitos da proibição da maconha no Brasil no século XX e XXI, suas implicações sociais e políticas. Enfocando as diferenciadas leis de drogas e seus efeitos legais e sociais. A segunda apresentação aprofundará as implicações legais e sociais da Lei 11.343 de 2006 – em dois âmbitos: i) sua formulação e ressonâncias no sistema político; ii) suas principais implicações no sistema de justiça criminal. A terceira apresentação discutirá os mecanismos e as táticas que proporcionam a expansão da influência do Primeiro Comando da Capital (PCC) e sua relação com a gestão da violência (e particularmente dos homicídios) no ambiente do tráfico de drogas. A apresentação está ancorada em pesquisa etnográfica realizada em bairros da periferia da cidade de São Paulo.
Coordenação: Paulo Cesar Pontes Fraga (UFJF)
Expositores: Edward John MacRae (UFBA), Marcelo da Silveira Campos (UFGD), Paulo Artur Malvasi (Cebrap)
MR13 Editando textos da Escola Sociológica Francesa no Brasil: reflexões sobre uma experiência em curso
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 17 – Hotel Caxambu
Em 2013, a Editora da Universidade de São Paulo aceitou criar e patrocinar uma nova coleção intitulada "Biblioteca Durkheimiana", para a qual estão sendo editados textos consagrados do que se convencionou chamar de "Escola Sociológica Francesa". Desde então, quatro volumes foram entregues e outros dois estão em processo de produção, com o lançamento da coleção previsto para o segundo semestre de 2015. O que caracteriza tal coleção, e representa sua novidade frente às comunidades universitárias brasileira e internacional, é sua ambição: o texto principal será publicado em versão bilíngue (francês-português), com seu conteúdo submetido a um tratamento histórico e filológico (comparando-se as versões do mesmo texto controladas pelo autor); além disso, o volume é composto por um leque de anexos provenientes tanto de outras publicações (resenhas, autobiografias, outros artigos) quanto de arquivos repertoriados.
Coordenação: Sergio Miceli (USP)
Expositores: Raquel Andrade Weiss (UFRGS), Rafael Faraco Benthien (UFPR), Marcia Cristina Consolim (Unifesp)
MR14 Movimentos sociais e as transformações do ativismo contemporâneo no Brasil: repertórios, engajamento e identidades
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 18 – Hotel Caxambu
As mobilizações de alta intensidade iniciadas no mês de junho de 2013 surpreenderam os políticos, os intelectuais e os analistas em geral. No entanto, o grau de surpresa não esteve relacionado somente à temporalidade da emergência dos protestos, mas também à natureza das ações coletivas emergentes. A maioria dos cientistas sociais brasileiros limitaram-se até agora principalmente a fazer análises de conjuntura política, na maioria dos casos desprovistos de pesquisa empírica sistemática e de diálogo teórico com a literatura acadêmica sobre ações coletivas. Esta Mesa Redonda busca contribuir a suprir esta lacuna ao apresentar resultados originais de pesquisas realizadas ao longo dos últimos dois anos em Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre. O objetivo principal é discutir o atual ciclo de mobilizações, em seu caráter complexo e contraditório, a partir da análise da ambivalência e circulação de repertórios de confronto; das mudanças nos processos contemporâneos de mobilização e organização advindas, em parte, pelas novas tecnologias de informação e comunicação; e, finalmente, das tensões apreendidas entre singularidade e identidade, indivíduo e coletividade.
Coordenação: Breno Bringel (Iesp-Uerj)
Expositores: Angela Alonso (USP/Cebrap), Marcelo Kunrath Silva (UFRGS), Ricardo Fabrino Mendonça (UFMG)
MR15 Muito além da sociologia do Brasil urbano: a atualidade da contribuição de Anthony Leeds para as ciências sociais
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 19 – Hotel Caxambu
Pouco conhecido pelas gerações mais novas, o antropólogo norte-americano Anthony Leeds realizou uma obra relevante e, ao mesmo tempo, contribuiu para a formação de cientistas sociais que hoje são referência em nosso campo intelectual. Seu livro A Sociologia do Brasil urbano, escrito em colaboração com Elizabeth Leeds, foi referência obrigatória nos estudos urbanos realizados no país. Contudo, esta obra que se encontra hoje esgotada é com frequência ignorada pelas novas pesquisas sobre favelas e pobreza urbana. Ao propormos esta mesa nosso objetivo não se resume à recuperação de uma tradição intelectual esquecida. Trata-se de, a partir de distintas perspectivas, trazer ao debate uma agenda de pesquisa orientada por questões teóricas e metodológicas que permanecem atuais. Preocupa-nos valorizar a singularidade do autor e não reduzir sua obra a um tópico específico de análise. Isto porque ele foi, sobretudo, um importante analista da estrutura social brasileira, das relações entre as elites e as classes populares, da mobilidade social e das estruturas de poder.
Coordenação: NisiaTrindade Lima - (COC/Fiocruz)
Expositores: Luiz Antonio de Castro Santos (UFSB), Luiz Antonio Machado da Silva (Uerj)
MR16 O sistema político brasileiro: crise e judicialização
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 20 – Hotel Palace
O Sistema Político brasileiro, gestado ao final da ditadura militar e jamais reformado estruturalmente, apesar das vicissitudes ocorridas, tem sido assim bem demarcado: multipartidarismo flexível com baixa representatividade social; presidencialismo de coalizão com garantia de "governabilidade"; "poder de agenda" dos Executivos; e marcadamente a "judicialização da vida política". A partir dessas características – associadas a outras, tais como o papel do financiamento privado de partidos e campanhas, legal e ilegal –, esta mesa-redonda pretende refletir sobre a dinâmica do Sistema Político brasileiro desde a redemocratização, mas com ênfase no atual quadro de crise que o país vivencia nestes primeiros meses de 2015. Para tanto, a obra de Luiz Jorge Werneck Vianna, notadamente quanto a essa relação entre Sistema Político e Judicialização, inspira e embasa esta mesa-redonda no sentido tanto de explicitar o papel dos poderes da República no jogo político – em que os órgãos superiores de Justiça, casos do STF e o TSE, têm enorme protagonismo, no passado e no presente – como de compreender os sentidos da atual crise político/institucional brasileira.
Coordenação: Moisés Villamil Balestro (UnB)
Expositores: Eduardo Salomão Condé (UFJF), Francisco César Pinto Fonseca (FGV-SP), Luiz Jorge Werneck Vianna (PUC-Rio)
MR17 Políticas migratórias brasileiras. Desafios e reivindicações
Dia 27/10, terça-feira, das 14h00 às 15h30. Sala 21 – Hotel Palace
A mesa redonda abordará, de forma reflexiva e a partir de uma perspectiva multidisciplinar, as políticas migratórias brasileiras na atualidade. As apresentações e debates focalizarão o cenário atual das propostas de reformulação dessas políticas vigentes no país e os diferentes papéis dos diversos atores envolvidos nesse processo: imigrantes, emigrantes, governo, associações da sociedade civil, sindicatos, empregadores, entre outros. Nos últimos anos, ocorreram vários movimentos em prol da reformulação das políticas migratórias Foram organizados, tanto no Brasil quanto no exterior, diferentes eventos, congressos, conferências, mobilizações e encontros com o objetivo de reivindicar novas políticas migratórias pois a legislação vigente ainda é da época da ditadura. Essas reivindicações ganharam eco no congresso nacional que conta atualmente com dois projetos de leis sendo discutido nas comissões parlamentares (PL 5655 e PL 288) e dois anteprojetos de leis (Proposta do Ministério da Justiça-comissão de notáveis e Proposta do Ministério do Trabalho-CNIg). Essas mobilizações têm em comum recorrentes exigências para que o Estado brasileiro privilegie os direitos humanos dos migrantes. No entanto, há diferentes contradições nesses processos que serão apresentados e discutidos nessa mesa redonda.
Coordenação: Bela Feldman-Bianco (Unicamp)
Expositores: Igor José de Renó Machado (UFSCar), Giralda Seyferth(UFRJ), Leonardo Cavalcanti (UnB)
MR18 Os 30 Anos de "Hegemonia e Estratégia Socialista": o legado do pensamento de Ernesto Laclau
Dia 29/10, quinta-feira, das 9h00 às 10h30. Sala 1 – Hotel Glória
O objetivo da mesa é discutir o legado da obra de Ernesto Laclau por ocasião dos trinta anos do lançamento do clássico Hegemony and Socialist Strategy: towards a radical democratic politics (Laclau e Mouffe, 1985). Esta obra representou um marco no desenvolvimento do pensamento pós-estruturalista na política e o início de uma influente corrente teórica nas Ciências Sociais. Concomitantemente, Laclau foi o fundador do Programa de Ideology and Discourse Analysis, na University of Essex, base do desenvolvimento mundial da sua teoria. A importância do pensamento de Laclau, no entanto, não se restringe ao campo intelectual. Desde o início do século XXI, sua teoria tem servido de inspiração às experiências de esquerda na América do Sul, sobretudo as dos governos de Chávez, de Morales e dos Kirchners. Mais recentemente seu pensamento tem sido associado como sendo a principal referência teórica dos partidos das esquerdas grega e espanhola, respectivamente, Syriza e Podemos. Laclau faleceu no ano passado, em 13 de abril. Em 2015, completaria 80 anos.
Coordenação: Daniel de Mendonça (UFPel)
Expositores: Celi Regina Jardim Pinto (UFRGS), Daniel de Mendonça (UFPel), Joanildo Albuquerque Burity (FJN)
MR19 Padrões de participação política no Brasil: associativismo, instituições, protestos e voto
Dia 29/10, quinta-feira, das 9h00 às 10h30. Sala 2 – Hotel Glória
Como tem se constituído a participação política no Brasil, desde a redemocratização? Será possível observar a permanência de padrões de ação individual e coletiva? Que fatores provocaram eventuais alterações? Podem-se identificar inter-relações no comportamento longitudinal das diversas modalidades de participação? Tais questões orientam pesquisa coletiva em andamento, em que se busca considerar as mudanças e permanências nos padrões de participação política no Brasil, em sua pluralidade, em análises sobre voto em eleições, engajamento em associações, participação em protestos e em instituições participativas.
Coordenação: Julian Borba (UFSC)
Expositores: Carla Cecilia Rodrigues Almeida (UEM), Lígia Helena Hahn Lüchmann (UFSC), Wagner de Melo Romão (Unicamp/Unesp)
MR20 Participação, direitos e democracia: dilemas e perspectivas atuais no Mercosul
Dia 29/10, quinta-feira, das 9h00 às 10h30. Sala 3 – Hotel Glória
Tendo como base as transformações do cenário econômico, social e político que caracterizam a experiência recente dos países da região do Mercosul, esta mesa tem como objetivo fazer um balanço das trajetórias políticas específicas do Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia e Chile, de forma comparada. São pontos destacados e privilegiados avaliar a construção de mecanismos formais de controle social, de engenharias participativas e da valorização da agenda e organização da sociedade civil, as transformações no marco dos direitos sociais (com foco em metas como redistribuição, inclusão social, equidade), os efeitos da concepção e arranjos da democracia nesses países, com possível configuração de novos efeitos e experiências democráticas, bem como surgimento de projetos nacionais de cunho social-desenvolvimentista ou multiculturais.
Coordenação: Vera Alves Cepêda (UFSCar)
Expositores: Alfredo Alejandro Gugliano (UFRGS), Diego Murillo Bernardis (UMSA), V. Gastón Mutti (UNR-UNER)
MR21 Perfil, trajetórias e atuação da burocracia de médio escalão
Dia 29/10, quinta-feira, das 9h00 às 10h30. Sala 6 – Hotel Glória
Esta mesa redonda tem como objetivo refletir sobre a burocracia de médio escalão, analisando, sob diferentes perspectivas, quem são, suas trajetórias, suas relações (interpessoais?) e suas atividades, bem como questões relacionadas à sua autonomia, controle e discricionariedade. A importância desta burocracia está justamente em ser o elo entre o alto escalão e os executores das políticas públicas. Ela é, portanto, responsável por conectar as fases de formulação e implementação, agindo como um importante ator, embora muitas vezes invisível, para fazer as políticas elaboradas serem colocadas em prática, ou seja, traduzir decisões em ações. No entanto, por estar no meio das estruturas organizacionais, a burocracia de médio escalão acaba num limbo teórico, com poucos estudos que consigam, de fato, conceitua-la ou compreender seu perfil, atuação e importância nas políticas públicas. Os debates utilizarão os dados coletados na pesquisa Burocracia de Médio Escalão do Governo Federal, realizado entre 2014 e 2015 numa parceria entre UFABC, ENAP e IPEA, realizada por meio da aplicação de um survey e de 5 estudos de caso.
Coordenação: Gabriela Spanghero Lotta (UFABC)
Expositores: Pedro Luiz Costa Cavalcante (UnB), Roberto Rocha Coelho Pires (IPEA), Vanessa Elias de Oliveira (UFABC)
MR22 Perspectivas comparativas nos estudos africanos
Dia 29/10, quinta-feira, das 9h00 às 10h30. Sala 7 – Hotel Glória
O campo dos estudos africanos tem atraído um número crescente de cientistas sociais no Brasil, com pesquisas em diferentes regiões do continente, a partir de trajetórias acadêmicas distintas e variadas perspectivas teóricas. Mostra-se oportuno um esforço em melhor articular esses trabalhos, dando a conhecer o que se tem produzido, adensando o diálogo e discutindo as possibilidades futuras nesse campo emergente. Esta mesa-redonda busca reunir pesquisadores com experiência de investigação em diferentes contextos de África. O foco do debate recai sobre a potencialidade dos estudos de caráter comparativo – colocando em relação variadas realidades sociais africanas ou analisando semelhanças e diferenças entre determinados contextos em África e outros observados fora do continente. A mesa-redonda abarca discussões sobre trabalhos realizados ou em andamento, bem como oportunidades de investigação em áreas ainda pouco exploradas. É uma retomada da dupla vocação das ciências sociais, onde o conhecimento gerado por meio de pesquisas empíricas torna-se alvo de olhar comparativo, permitindo o desenvolvimento de um debate de maior amplitude.
Coordenação: Andréa de Souza Lobo (UnB)
Expositores: Diego Ferreira Marques (UFBA), Juliana Braz Dias (UnB), Laura Moutinho (USP)
MR23 Políticas Etnográficas: humanos e não-humanos na antropologia
Dia 29/10, quinta-feira, das 9h00 às 10h30. Sala 9 – Hotel Glória
Desde os últimos trinta anos, o estatuto e a agência de humanos e não-humanos tem sido questionada na antropologia. Isso tem se dado por diversos meios, quais sejam os debates teóricos da disciplina, suas relações com outras áreas e, sobretudo, a partir de recentes etnografias inspiradas em um conjunto bastante heterogêneo de autores: da etnologia indígena aos laboratórios, das religiões aos mundos digitais, esses trabalhos têm explorado os envolvimentos, as associações, as identificações ou a relações entre os humanos e não humano. Disso resulta o desenvolvimento de programas teórico-metodológicos, tais como a ecologia, a cibercultura ou a teoria ator-rede. Nesse âmbito, ao discutir políticas etnográficas, o objetivo dessa mesa é o de pensar quais os desafios metodológicos na pesquisa antropológica de coletivos humanos e não-humanos. Particularmente, como pensar as novas tecnologias digitais, os animais, e a biotecnologia de modo antropológico? Em suma, como fazer etnografia de humanos e não-humanos?
Coordenação: Theophilos Rifiotis (UFSC)
Expositores: Iara Maria de Almeida Souza (UFBA), Jean Segata (UFRN), Theophilos Rifiotis (UFSC)
MR24 Programa Bolsa Família: avanços alcançados, desafios colocados
Dia 29/10, quinta-feira, das 9h00 às 10h30. Sala 10 – Hotel Lopes
A mesa redonda tem como objetivo apresentar o debate atual sobre o Programa Bolsa Família a partir das três vertentes das ciências sociais (antropologia, ciência política e sociologia), contemplando um leque variado de abordagens teórico-metodológicas. Em 2015, o Programa completa 12 anos de existência. Embora nas primeiras pesquisas sobre o programa houvesse um predomínio de abordagens estatísticas, atualmente contamos com uma larga produção acadêmica a partir de metodologias qualitativas e do aporte teórico das ciências sociais. São pesquisas que, em sua maioria, apontam avanços consideráveis e melhorias na qualidade de vida dos beneficiários. Todavia, o Programa não pode ser avaliado apenas pelos seus resultados imediatos, que, acreditamos, em larga medida, positivos; precisamos criar condições de avaliar sua sustentabilidade e seu potencial de impactar positivamente a vida de gerações de brasileiros. O Programa cria realmente condições para o fim da miséria e da pobreza extrema? É pensando no futuro do programa que propomos essa mesa redonda: faremos uma análise crítica, pensando os desafios a serem enfrentados e reconhecendo os avanços já conquistados.
Coordenação: Flávia Ferreira Pires (UFPB)
Expositores: Amélia Cohn (USP), Maria Ozanira da Silva e Silva (UFMA), Pedro Nascimento (UFPB)
MR25 Religião, arte e ciência: pensando com os objetos
Dia 29/10, quinta-feira, das 9h00 às 10h30. Sala 11 – Hotel Lopes
Religião, arte e ciência designam temas caros às ciências sociais, tendo se constituído como tais em distintos momentos e contextos de reflexão. A proposta desta mesa consiste em tirar as consequências de uma aproximação – somente imaginável nos dias de hoje – entre discussões antropológicas referidas a esses três temas. De diferentes maneiras, cada um desses temas permite retomar e avançar a problematização do lugar atual da antropologia, insistindo que os objetos a que se dedica continuam a ser uma via produtiva para tanto. O termo objetos ganha ainda outro sentido: pois o estudo dos materiais e das coisas pode ser reconhecido como um ponto comum aos três campos da antropologia aqui enfocados. Objetos religiosos, objetos artísticos e objetos científicos sugerem então o foco que propicia uma transversalidade das reflexões. O que cada um desses objetos pode revelar sobre os demais? Os participantes da mesa, provocados a montarem jogos de perspectiva, são convidados a elaborar essas e outras questões, a fim de debaterem sobre os caminhos atuais da antropologia como ciência social.
Coordenação: Emerson Alessandro Giumbelli (UFRGS)
Expositores: Fernanda Arêas Peixoto (USP), Guilherme José da Silva e Sá (UnB), Emerson Alessandro Giumbelli (UFRGS)
MR26 Repensando o conceito de ruralidade no Brasil
Dia 29/10, quinta-feira, das 9h00 às 10h30. Sala 12 – Hotel Lopes
Esta mesa redonda discute os principais resultados do Projeto Repensando o conceito de ruralidade no Brasil, programa de pesquisa apoiado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e que envolveu pesquisadores de várias universidades e centros de pesquisa brasileiros (UFPE, UFRRJ, UFABC, Cebrap, UFRGS). Ao longo de três anos foram produzidos vários papers tendo por foco principal a análise comparada das distintas concepções sobre os processos sociais rurais na América Latina e Europa para, a partir disto, identificar as singularidades brasileiras e suas implicações para políticas públicas. Entre os principais resultados estão: a comparação sobre as formas de classificação de espaços rurais e urbanos em distintos países, o estudo da evolução das concepções de ruralidade no Brasil e dos marcos legais de regulação destes espaços, e a elaboração de uma tipologia inovadora das regiões rurais no país. Corolário deste conjunto de contribuições é a análise de suas implicações tanto para programas de pesquisa como para uma nova geração de políticas públicas.
Coordenação: Arilson Favareto (UFABC)
Expositores: Sonia Maria Bergamasco (Unicamp), Maria José Teixeira Carneiro (UFRRJ), Arilson Favareto (UFABC)
MR27 Seremos todos precários? O mundo do trabalho na era da terceirização
Dia 29/10, quinta-feira, das 9h00 às 10h30. Sala 13 – Hotel União
O processo de terceirização tem sido uma estratégia empresarial de largo uso no capitalismo contemporâneo. Seus impactos sobre o trabalho e os trabalhadores têm sido amplamente investigados e debatidos. O par terceirização-precarização passou a andar junto. O ano de 2015 trouxe um conjunto de questões acerca deste tema e suas repercussões no Brasil. Ao ser posta em pauta no Congresso, a PL 4330/04, que institui a possibilidade de terceirização nas atividades-fim, fermentou o debate público sobre as formas de proteção ao trabalho. No mesmo período, o STF legitimou o uso das chamadas Organizações Sociais (OS) na administração pública federal. Estamos em presença de um conjunto razoável de mudanças nos arranjos legais de regulação do trabalho nos setores público e privado. Se a terceirização usada em atividades-meio já levantou fortes indicações de desestabilização das proteções ao trabalho, a terceirização das atividades-fim abre amplo leque de questionamentos sobre seus impactos no mundo do trabalho. A proposta desta mesa-redonda é por em perspectiva a ideia da terceirização, seus impactos no trabalho e na vida – social, política e econômica - dos trabalhadores.
Coordenação: Ricardo Antunes (Unicamp)
Expositores: Marco Aurélio Santana (UFRJ), Maria da Graça Druck de Faria (UFBA), Roberto Véras de OLiveira (UFPB)
MR28 Tensões políticas recentes e os seus efeitos sobre os impactos de projetos de desenvolvimento em povos tradicionais
Dia 29/10, quinta-feira, das 9h00 às 10h30. Sala 14 – Hotel União
A mesa redonda explora, dentro da temática ampla do “Comité de Povos Tradicionais, Meio Ambiente e Grandes Projetos” da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), as tensões políticas atuais e os seus efeitos sobre os impactos de projetos de desenvolvimento em povos tradicionais. O objetivo é de abordar questões relevantes para o Comitê e desta maneira dar visibilidade a este Comité da ABA no âmbito da reunião da ANPOCS de 2015. Pretende-se abordar questões sobre povos indígenas, quilombolas e outras populações tradicionais dentro do quadro político atual e alguns dos dilemas e contradições dos Estados nacionais que estes povos estão enfrentando nos últimos anos. A Mesa focaliza casos como a aprovação pelo Governo Federal do Aproveitamento Hidrelétrica Belo Monte no rio Xingu, sem cumprir as exigências quanto à consulta prévia da Constituição Federal de 1988 e na legislação internacional da Convenção 169 da OIT, e a Declaração da ONU sobre os Direitos dos Povos Indígenas de 2007; as Hidrelétricas do Tapajós; e a ofensiva contra os povos tradicionais que parte da bancada ruralista no Congresso com tentativas de aprovar o PEC 215, entre outros Projetos de Emendas Constitucionais e medidas que visam lesar os direitos desses povos na própria Constituição, e a ambiguidade do Governo Federal em muitas dessas questões. Abordar-se-á também a mobilização política dos povos tradicionais contra essas medidas.
Coordenador: Vânia Rocha Fialho de Paiva e Souza (UFPE)
Expositores: Eliane Cantarino O’Dwyer (UFF), Russell Parry Scott (UFPE), Stephen Grant Baines (UnB)
MR29 Tolerância, liberdade e conservadorismo religiosos: como equacioná-los?
Dia 29/10, quinta-feira, das 9h00 às 10h30. Sala 15 – Hotel União
Há algumas décadas, o tema da religião vem se tornando mais frequente no debate público brasileiro, em boa medida isto ocorreu devido à mudança social pela qual passa o país e que tende, ente outras coisas, ao pluralismo religioso. O impacto desta diversidade religiosa na vida social e a presença de algumas delas no aparelho estatal têm provocado discussões sobre assuntos crucias da vida moderna: tolerância e razões públicas, liberdade de expressão e liberdade religiosa, e laicidade e fundamentalismo, entre outras. Isto posto, esta mesa tem como objetivo, por um lado, refletir sobre as tensões sociais decorrentes de um contexto crescente de pluralismo religioso e, por outro, como a sociedade, de modo geral, e o Estado, especificamente, podem equacionar diversidade religiosa e valores democráticos.
Coordenador: Ronaldo de Almeida (Unicamp)
Expositores: Álvaro de Vita (USP), Fábio Carvalho Leite (PUC-Rio), Ronaldo de Almeida (Unicamp)
MR30 Instituições participativas na segurança pública
Dia 29/10, quinta-feira, das 9h00 às 10h30. Sala 16 – Hotel União
A presente Mesa Redonda objetiva discutir os resultados de uma pesquisa ampla realizada em parceria firmada entre a Fundação João Pinheiro, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a Universidade Federal do Rio de Janeiro e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. O estudo consistiu em entender o alcance e significado das instituições participativas em segurança pública a partir de algumas experiências implementadas no Brasil, em duas perspectivas principais. A primeira por meio da análise do desenho desses novos formatos institucionais. A segunda através do mapeamento de atitudes, valores e crenças de policiais que desenvolvem relações de participação social no provimento institucional da segurança pública.
Coordenação: Almir Oliveira Junior (IPEA)
Expositores: Letícia Godinho de Souza (FJP), Paula Ferreira Poncioni (UFRJ), Samira Bueno Nunes (FGV-SP)
MR31 Desigualdades objetivas e construção simbólica das classes sociais
Dia 29/10, quinta-feira, das 9h00 às 10h30. Sala 4 anf. Glória – Hotel Glória
Tomando por referência pesquisas sociológicas recentes desenvolvidas em vários países, a mesa interroga as relações entre espaço social, classes sociais e gostos e práticas culturais. Um aspecto diz respeito à relevância do conceito de classe social, tal como tem sido utilizado no Reino Unido, na sequência dos trabalhos conduzidos no Great British Class Survey, da BBC. Examinaremos a importância da renovação da compreensão teórica e metodológica do conceito de classe, baseado numa referência mais forte em relação às dimensões culturais e à sua significação internacional. Conceitos como os de ‘capital cultural’ ainda fazem sentido na era da globalização das práticas culturais e em tempos de grande diversificação de gostos e práticas? Como a concepção relacional e realista da desigualdade e a leitura construtivista do processo de formação das classes de Pierre Bourdieu podem ser operacionalizadas na pesquisa empírica e adaptadas às tendências recentes de composição das estruturas sociais e das práticas culturais? A mesa focaliza, pois, os debates sobre a universalidade e os limites deste modelo, abordando as dinâmicas das estruturas sociais e os desafios colocados pela operacionalização do conceito de classes sociais em diferentes contextos empíricos.
Coordenação: Angela Alonso (USP, Cebrap)
Expositores: Frédéric Lebaron (Universidade de Versailles-Saint-Quentin-en-Yvelines) e Virgílio Borges Pereira (Universidade do Porto)
Debatedor: Brasílio Sallum Jr. (USP)