SPGs aprovados
EMENTAS DOS SIMPÓSIOS DE PESQUISAS PÓS-GRADUADAS – ANPOCS 2015
SPG01 As ações econômicas governamentais como construções sociais
Coordenação: Antonio José Pedroso Neto (UFT), Maria Chaves Jardim (UNESP)
Este Simpósio de Pesquisas Pós-Graduadas (SPG) procura discutir trabalhos que utilizam as ferramentas teóricas e metodológicas das diversas sociologias econômicas e das finanças (EUA/Europa/BR) para estudar ações econômicas do governo. O objetivo é conhecer trabalhos que revelem como e por que as politicas públicas, em um sentido preciso de ações econômicas do governo, são construções sociais, políticas e culturais; resultantes de práticas, configurações/reconfigurações institucionais, lutas simbólicas — sentido polissêmico, tenso, disputado, negociado — produzidas e reproduzidas por agentes e grupos — políticos, sindicalistas, jornalistas, empresários, agentes das finanças, funcionários públicos, economias, intelectuais, etc. — de diferentes espaços sociais — econômico, cultural, político, administrativo/burocrático, intelectual, etc. Eis a grande questão deste SPG: como as ações econômicas governamentais e todas as práticas e agentes que gravitam em torno delas estão passando pelo crivo de conceitos como reciprocidade (Mauss), tecido institucional (Polanyi), habitus (Bourdieu), incrustação (Granovetter), convenções cognitivas (Douglas), mercado como política (Fligstein), etc.
SPG02 Ciências Sociais e Educação: dilemas e possibilidades na produção do conhecimento
Coordenação: Amurabi Oliveira (UFSC), Neusa Maria Mendes de Gusmão (UNICAMP)
A educação coloca-se como desafio diante das Ciências Sociais, com seus campos e métodos. Do mesmo modo, as Ciências Sociais são desafiadas a fornecerem instrumentos teóricos e práticos para o desenvolvimento das pesquisas educacionais. Na construção de um conhecimento alargado encontra-se como motivação o reconhecimento da heterogeneidade social e a busca por uma educação verdadeiramente intercultural. As possibilidades do intercultural entre campos de tradições distintas, porém, com elementos em comum, marca a presente proposta. Os dilemas e possibilidades das pesquisas acadêmicas voltadas para a educação a partir das Ciências Sociais enfrentam um processo de recente demanda e cujos passos ainda estão em construção. Busca-se assim, compreender o papel das Ciências Sociais, seus contributos para o campo educacional entendendo sua dimensão prática e teórica em termos do campo político, antropológico e sociológico que a demanda por educação representa na sociedade brasileira hoje, bem como, suas implicações na produção do conhecimento. Evidencia-se aqui as múltiplas interfaces entre as Ciências Sociais e a Educação (formal e não formal), incluindo aí o ensino de tais ciências.
SPG03 Cultura e hegemonia no capitalismo contemporâneo
Coordenação: Rogério Ferreira Souza (IUPERJ), Guilhermo André Aderaldo(USP)
A Proposta deste Simpósio de Pesquisas de Pós-graduação é discutir, refletir e ampliar o campo de análise das pesquisas em andamento no âmbito da pós-graduação, mestrado e doutorado, que buscam relacionar as transformações culturais ao conceito de hegemonia no contexto do capitalismo contemporâneo; fazer um levantamento do corpus dos trabalhos que vêm sendo desenvolvidos e apresentados nos programas de pós-graduação cujas temáticas se pautam na cultura (a partir dos mais diversos conceitos, como: produção intelectual, arte, manifestação cultural, vida cotidiana) cuja preocupação seja a de identificar, compreender a esfera da cultura como campo de efetivação ou resistência à hegemonia no capitalismo contemporâneo.
SPG04 Cultura política e comportamento eleitoral
Coordenação: Robert Bonifácio (UFMG), Thiago Sampaio (UNIPAMPA)
O SPG "Cultura Política e Comportamento Eleitoral" visa agregar produções que discorram sobre problemas de pesquisa ligados às áreas de cultura política e de comportamento eleitoral, sejam eles: legitimidade democrática, confiança, participação política, escolha eleitoral, e comunicação política. Será dada preferência a estudos que combinem discussão teórica e análise empírica de dados, sendo estes de amplitude regional, nacional ou de perspectiva comparada. Esta proposta de SPG vem adicionar esforços de outros pesquisadores da área, já responsáveis por canais qualificados de discussão de trabalhos relacionados, na ABCP e na ANPOCS. O diferencial é abarcar investigações de jovens pesquisadores - mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos - que muitas vezes não encontram espaço para discussão e divulgação de suas pesquisas nos grupos de trabalho já consolidados.
SPG05 Difusão de políticas: ideias, modelos e instituições brasileiras
Coordenação: Osmany Porto de Oliveira (CEBRAP), Denilson Bandeira Coêlho (UnB)
O objetivo do SPG é discutir questões de um campo emergente: a difusão de políticas, em suas dimensões teórica e empírica. A proposta é refletir sobre a circulação, interna e internacional, de ideias e instituições do Estado. O Brasil foi historicamente uma terra fértil para a recepção de ideias do pensamento social e modelos institucionais de outros países. Nos dias atuais o cenário mudou, sobretudo com a democracia, a nova Constituição e a progressiva inserção internacional do país. A difusão de políticas se fez mais intensa. A respeito das instituições do Estado, a difusão ocorreu de forma vertical, por meio da indução de políticas do nível nacional ao subnacional, como o Programa Saúde da Família. Inovações em governos locais se difundiram horizontalmente, como o Orçamento Participativo. Ademais, o Brasil se consagrou como um “exportador de políticas”, como mostra o Programa Nacional de Alimentação Escolar levado à África. Da perspectiva do pensamento social, a difusão de conceitos e teorias – muitas vezes em disputa – em campos como desenvolvimento, justiça social, gênero, raça, entre outros, foram fundamentais para pensar as relações entre Estado e sociedade, por um lado, e para construir as políticas públicas no Brasil, por outro. Ainda que a difusão seja uma realidade em expansão, pouco se sabe sobre suas dinâmicas, causas e efeitos. São esperadas comunicações que contemplem o tema da difusão de políticas, relacionadas às instituições e ao pensamento social do Estado brasileiro.
SPG06 Direitos humanos e transições políticas
Coordenação: Mariana Possas (UFBA), Cristina Buarque de Hollanda (UFRJ)
Este SPG procura abarcar dois temas de pesquisa, tratados tanto no campo da ciência política e, mais recentemente, da sociologia: os direitos humanos, enquanto estratégia discursiva mobilizada nos âmbitos do sistema político e dos movimentos sociais, e a justiça de transição, pensada como opção política utilizada por países de democracia recente para dar conta de situações passadas compreendidas como graves violações cometidas pelos agentes dos regimes de exceção. Evidentemente, com a criação da Comissão Nacional da Verdade e as demais comissões formadas na sequência em todo país com o objetivo de dar conta da "verdade" sobre o passado, o tema da justiça de transição é reascendido no Brasil, 30 anos depois do término da ditadura. A discussão atual sobre justiça de transição - que envolve as três grandes categorias "verdade", "memória" e "justiça" - engloba, mas obviamente não esgota, o tema dos direitos humanos nos países de democracia recente. Entre as leituras que pretendemos problematizar nesse debate estão as análises que atribuem ao período autoritário a origem das dificuldades atuais para o reconhecimento e implementação de certos direitos básicos (humanos).
SPG07 Estudos em sociologia da punição e encarceramento: discutindo o sistema prisional e socioeducativo no Brasil
Coordenação: Luiz Claudio Lourenço (UFBA), Camila Nunes Dias (UFABC)
O Brasil é um dos países que mais pune e encarceram no mundo e, a despeito disso, nossa sociedade ainda se sente insegura e com poucas alternativas diante de um modelo punitivo que privilegia a prisão como resposta ao crime. Este SPG tem como objetivo constituir-se num espaço de discussão e reflexão sobre as sanções punitivas impostas a jovens e adultos em nosso país. Para alcançar os objetivos propostos este simpósio admite trabalhos que discutam o sistema de justiça penal e socioeducativo, as punições e o internamento de jovens em unidades socioeducativas, que apresentem e analisem dados sobre o trabalho carcerário, que tratem de aspectos da cultura prisional e as questões de gênero presentes em unidades carcerárias, que examinem a organização de coletivos de internos (comandos, facções e gangues), que analisem as dinâmicas de educação, trabalho e lazer nesses espaços e que tragam reflexões teóricas críticas a do encarceramento como forma de punição e que examinem alternativas à prisão. Essas contribuições são de suma importância na construção do campo da sociologia da punição em nosso país.
SPG08 Fronteiras: territórios, políticas e interculturalidade
Coordenação: Marcelo Alarios Ennes (UFS), José Lindomar Coelho Albuquerque (UNIFESP)
Esta proposta visa constituir um espaço de interlocução entre pesquisadores que se dedicam ao estudo sobre fronteiras e aos fluxos transfronteiriços nas Américas e na Europa. O SPG propõe-se abrigar estudos sobre as reconfigurações das fronteiras internacionais, das "fronteiras internas" ou de expansão, associadas a projetos econômicos e políticos, e a processos migratórios ou de mobilidade. Os fluxos migratórios e as mobilidades que cruzam territórios, performatividades e posições sociais consistem em um dos fenômenos sociais mais intensos da sociedade contemporânea e estão relacionados à circulação financeira, de mercadorias, de informações e de pessoas. Esses fluxos têm produzido, em especial, dinâmicas de fragilização e fortalecimento das fronteiras entre e intra estados nacionais, gerando novas realidades no campo das políticas públicas e aparatos normativos e institucionais.
SPG09 Gosto, hierarquias simbólicas e legitimidades culturais
Coordenação: Carolina Martins Pulici (UNIFESP), Dmitri Cerboncini Fernandes (UFJF)
Este SPG busca congregar jovens pesquisadores cujos objetos se relacionem ao gosto e às práticas culturais. A análise das preferências estéticas na ótica das ciências sociais é uma área de pesquisa promissora no Brasil, onde a clivagem social se expressa em todos os âmbitos culturais. Dado que a maioria dos estudos não aborda o gosto em função das propriedades sociais de seus portadores, mas do impacto da conjuntura política e da indústria cultural na produção e recepção das formas artísticas, a proposta aqui é discutir a apropriação diferencial da cultura a partir das especificidades sociais de seu público. Assim, serão priorizadas pesquisas centradas na produção, difusão e recepção das obras em vastos domínios da cultura como música, moda, gastronomia, artes plásticas, arquitetura, literatura, teatro, cinema e televisão. Visto que os discursos sobre o que é digno de ser consumido e a maneira de fazê-lo revelam as convenções que regulam a relação com as obras em dado momento histórico, serão também bem-vindas as investigações voltadas à atuação prescritiva dos intermediários culturais (críticos, consultores de moda, corretores imobiliários, profissionais de marketing cultural), bem como análises das contribuições relacionadas ao tema provenientes do pensamento social brasileiro e latino-americano.
SPG10 Imagens, mídias audiovisuais e ciências sociais: questões teóricas, práticas e metodológicas
Coordenação: Túlio Cunha Rossi (UFMA), Paulo Menezes (USP)
A proposta deste SPG é discutir trabalhos em ciências sociais que abordem diretamente questões sobre relações socialmente constituídas com imagens e mídias audiovisuais em sociedades contemporâneas. Nesse sentido, são priorizadas pesquisas que tenham por objeto tanto imagens estáticas (fotografias, gravuras, desenhos) quanto produções audiovisuais (cinema, vídeo, televisão), levando em conta suas especificidades enquanto linguagens. Entende-se que essas imagens têm grande relevância na construção de relações de sentido na atualidade, não somente em vista dos contextos sociais, culturais e históricos em que emergem, mas dos valores, sentimentos, discursos e significados que evocam em diferentes momentos. Portanto, serão privilegiados trabalhos que tenham as imagens como objeto de investigação e problematização em si, e não como recurso complementar e ilustrativo de outros objetos de pesquisa. Deste modo, tem-se como escopo relações com e entre imagens, tanto do ponto de vista metodológico de seus usos nas ciências sociais quanto da compreensão dos possíveis efeitos de sua ampla presença e difusão nas sociedades atuais, ao mesmo tempo constituindo e sendo constituídas como cultura.
SPG11 O papel da ciência na sociedade contemporânea
Coordenação: Maria José Teixeira Carneiro (UFRRJ), Teresa da-Silva-Rosa (UVV-ES)
O objetivo desse SPG é reunir trabalhos que reflitam sobre os modos de relação entre ciência e sociedade, incluindo aí o Estado em suas diferentes formas de atuação. Algumas questões são sugeridas como inspiradoras: que práticas sociais, identidades, normas, convenções, instrumentos, instituições envolvem o conhecimento científico e são envolvidos por ele? Quais os mecanismos acionados para marcar as fronteiras entre ciência e sociedade e quais as implicações políticas subjacentes a esse processo? Qual o sentido dessa separação e, por outro lado, como a ciência atravessa os vários domínios da sociedade contemporânea se colocando como principal instrumento de legitimidade e informando práticas e modos de comportamento e de estilos nas mais diversas esferas sociais? Questões como a ambiental, a da redução da pobreza, a da construção da paz, do aquecimento global, das pesquisas em células tronco, e inúmeras outras, interpelam a sociedade que, muitas vezes, procura buscar na comunidade científica as soluções possíveis. Este simpósio se propõe a acolher e estimular a reflexão sobre o papel da ciência na sociedade contemporânea.
SPG12 Organizações, Estado e violência: múltiplos sentidos da ação coletiva
Coordenação: Leilah Landim (UFRJ), Monika Dowbor (CEM/Cebrap)
O SPG acolhe reflexões sobre diferentes modalidades de interação entre movimentos sociais, organizações da sociedade civil e Estado que cruzam a temática da violência. Procura debater os efeitos produzidos pelas interações socioestatais nas políticas públicas e nas formas organizacionais dos movimentos. Também pretende refletir sobre as implicações das práticas e representações sobre a “violência urbana” no campo associativo (ONGs, igrejas, grupos culturais de jovens, de vítimas, de resistência a remoções etc.). Trata-se de indagar sobre a construção democrática mais ampla e o papel da violência nesse processo. Progressivamente, a agenda de pesquisa se deslocou para o questionamento das dinâmicas e processos pelos quais autoridades e instituições políticas são tendencialmente tornadas mais permeáveis, reconfigurando as interações Estado/sociedade. Nesse compasso, as cidades, seus centros e periferias, são cenários em que se vocalizam as críticas aos limites dos arranjos institucionais das dinâmicas de democratização. O SPG encoraja a diversidade das perspectivas teórico-metodológicas utilizadas para dar conta das interações mais conflituosas ou institucionalizadas.
SPG13 Os Jê revisitados: Redes de relações indígenas no Brasil Central
Coordenação: André Luis Campanha Demarchi (UFT), Marcela Coelho de Souza (UnB)
Os povos indígenas falantes de diferentes línguas da família linguística Jê, tradicionalmente estabelecidos na Área Etnográfica Tocantins-Xingu, são talvez os mais bem conhecidos na literatura etnográfica da etnologia ameríndia, sobretudo, pela quantidade (e qualidade) de monografias escritas a partir da segunda metade do século XX sobre vários dos grupos que ali vivem atualmente. Revisando a literatura sobre estes povos percebe-se, porém, um baixo rendimento analítico no que tange ao tratamento das diversas redes de relações estabelecidas entre os grupos indígenas da região. O objetivo desse Simpósio é, justamente, agregar pesquisas recentes que reflitam sobre essas redes de relações, contribuindo para o preenchimento dessa lacuna na etnologia dos povos Jê e visando uma re-inserção comparativa desses povos no cenário da etnologia das terras baixas sul-americanas. Estão no escopo temático desse simpósio pesquisas que enfoquem as variadas formas de circulação/apropriação de pessoas, bens (tangíveis e intangíveis), imagens, conhecimentos, práticas e técnicas rituais, xamânicas, corporais e políticas, entre diferentes povos indígenas situados na região do Brasil Central.
SPG14 Partidos políticos e sistemas de partidos
Coordenação: Bruno Bolognesi (UNILA), Soraia Marcelino Vieira (UFF)
O SPG Partidos Políticos e Sistemas de Partidos busca reunir trabalhos que apresentem como temática a organização partidária; recrutamento político; os partidos na arena eleitoral, legislativa e executiva; ideologia e partidos políticos; competição partidária; e o sistema partidário. O SPG tem como eixo principal o perfil e atividade dos partidos políticos e sua atuação e interação nas democracias contemporâneas. Do ponto de vista metodológico, esperamos contribuições de estudos comparados, quantitativos, qualitativos e mistos. Quanto à abordagem do tema serão aceitos trabalhos que tratem os partidos e seus sistemas nacionais, regionais ou locais, bem como a comparação entre estes.
SPG15 Políticas públicas, desenvolvimento e meio ambiente
Coordenação: Hemerson Luiz Pase (UFPel), Fábio Fonseca Figueiredo (UFRN)
O desenvolvimento tem sido objeto de debate acadêmico intenso desde o final da década de 1940, a partir do momento em que a concepção Keynesiana é adotada pela maioria das nações onde é atribuído ao Estado um papel protagônico. No que concerne às questões ambientais, nos anos 1960 surgem os movimentos de contracultura que reivindicavam mudanças nas estruturas sociais com foco em uma forma outra de relação com a natureza. A institucionalização da questão ambiental ocorre anos 1970 uma vez que os temas de viés ambientais entraram nas agendas das políticas dos Estados nacionais. O desenvolvimento sustentável surge como modelo capaz de relacionar eficiência econômica, conservação ambiental e equidade social, no entanto, de outro lado, é apropriado pelo sistema econômico vigente como uma marca que agrega de valor. O meio ambiente persiste como uma 'questão nevrálgico' ao desenvolvimento convencional adotado pelos países, pois é um obstáculo aos grandes investimentos e questiona o modo de vida contemporâneo. Nesse sentido, analisar as preferências dos governos, materializadas em políticas públicas, que se relacionam às questões ambientais, continua mais que promissor, é necessário.
SPG16 Politicas sociais nas cortes brasileiras e latino-americanas
Coordenação: Lígia Mori Madeira (UFRGS), Azul América Aguiar Aguilar (ITESO)
As duas últimas décadas marcam uma inflexão nas politicas de proteção social latino-americanas, que deixando de ter um caráter residual, apostam na assistência e na implementação de politicas sociais ora universais, ora focalizadas, voltadas a redução da pobreza, da (Barrientos,2009; Hall,2004,2008; Bastagli, 2010). Este panorama coincide o processo de constitucionalização de direitos e consequentemente com uma maior mobilização das cortes por grupos de interesses, movimentos sociais, atores do Sistema de justiça no sentido de expandir a provisão social de politicas publicas (Brinks e Forbath, 2011, 2013; Brinks e Gauri, 2012). O SPG busca discutir resultados de pesquisas que tenham por foco a judicialização de politicas sociais no Brasil e no continente latino-americano. As áreas tradicionais em que este fenômeno ocorre são a saúde e a educação, mas pesquisas sobre outras politicas sociais em processo de judicialização também serão consideradas.
SPG17 Potências tradicionais, potências emergentes e a ordem mundial contemporânea: dilemas, tensões e possibilidades
Coordenação: Leonardo Ramos (PUC Minas), Alexandre Cesar Cunha Leite (UEPB)
Face às recentes transformações da ordem mundial, constata-se que a estrutura do capitalismo global, bem como as correlações de força no âmbito internacional têm sido alteradas. Neste contexto, outros atores têm se inserido de forma diferenciada na política mundial, encontrando possibilidades e limites para tal inserção. Paralelamente, tais fenômenos têm levado a certas respostas por parte das potências tradicionais. Assim, a proposta incorpora questões transversais, relacionadas à política externa, economia política internacional, segurança e instituições internacionais. Além disso, não se reduz a uma visão estadocêntrica da política mundial, incorporando a importância de outros atores para o entendimento destes processos de transformação. Em suma, abarca questões como: (i) (trans)formação de espaços multilaterais de negociação e articulação para as potências tradicionais e médias emergentes; (ii) articulações regionais, seu papel nestes processos e sua relevância para os atores neles envolvidos; (iii) cooperação técnica descentralizada; (iv) coalizões políticas; (v) cooperação norte-sul, norte-norte e sul-sul e seus impactos e relações com os processos acima referidos.
SPG18 Relações raciais: desigualdades, identidades e políticas públicas
Coordenação: Luiz Augusto de Souza Carneiro de Campos (UERJ), Paulo Sergio da Costa Neves (UFS)
Independente do momento histórico em que localizemos o momento fundador das ciências sociais brasileiras, o tema das relações raciais estará lá como parte central da agenda de pesquisa da disciplina. Contudo, se na maior parte do século XX, os debates sobre a questão racial foram centrais para a reflexão acadêmica, a transição para o século XXI assistiu a uma crescente politização do tema. A rearticulação do movimento negro, a difusão de políticas afirmativas em diferentes instancias, o crescente debate público sobre a questão são apenas alguns exemplos de mudanças que alteraram o modo de se refletir sobre o tema raça no país. Para entender como tais mudanças impactaram nos estudos sobre as relações raciais, este Simpósio de Pesquisas Pós-Graduadas tem o objetivo de acolher as abordagens mais recentes sobre a questão racial no Brasil, especialmente aquelas produzidas pelos estudantes de pós-graduação. São bem vindos trabalhos sobre o tema do racismo e da discriminação, sobre as políticas públicas de inclusão racial e a construção de identidades étnico raciais.
SPG19 Religiões e Juventudes – interfaces, complexidades e interseções de um campo em expansão.
Coordenação: Silvia Alves Fernandes (UFRRJ), Flávio Munhoz Sofiati (UFG)
Este simpósio visa pensar a complexidade da adesão religiosa da (s) juventude (s) na atualidade e seus efeitos na vida cotidiana. Pretende-se agregar estudos que apresentem conceitos e perspectivas inscritos na fronteira da sociologia da religião com outras ciências sociais. Considera-se relevante discutir tanto as diferentes modalidades de crença, passagens e experiências religiosas, quanto novas configurações do ateísmo e críticas às religiões feitas por jovens em diferentes contextos nacionais e transnacionais. Vislumbra-se: a) analisar os contornos, tensões, inflexões e ângulos de aproximação que diferentes segmentos juvenis estabelecem com a religião; b) pensar as implicações que determinadas crenças e práticas trazem para a inserção juvenil nas sociedades; c) discutir os possíveis desdobramentos entre religiosidade, ceticismo e/ou ateísmo juvenil e outras esferas da vida social, como o trabalho, a política e a sexualidade e, por fim, d) explorar rotas de análise sobre um fenômeno social que, embora em expansão, tem sido pouco estudado pelas ciências sociais.
SPG20 Sexualidade e gênero: espacialidade e relações de poder em diferentes escalas do urbano
Coordenação: Regina Facchini (UNICAMP), Roberto Marques (URCA)
Nas últimas décadas, temos acompanhado transformações sociais importantes no campo relacionado a gênero e sexualidade no Brasil. As ciências sociais têm tratado dessa dinâmica, contribuindo para a compreensão das tensões geradas nesse contexto de renovada visibilidade de sujeitos políticos. Em meio ao debate, evidencia-se a necessidade de relacionar diferentes marcadores sociais em intersecção com gênero e sexualidade, caracterizando a complexidade das relações de inequidade em contextos específicos e a partir de corpos espacialmente localizados. Noções como origem social, local de moradia e dinâmica de trânsitos desnudam a importância de pensar a produção de sujeitos em diferentes escalas de cidade, em áreas rurais ou menos urbanizadas, distantes dos ambientes que ensejaram as primeiras iniciativas de políticas públicas e nos estudos de gênero e sexualidade. Questões privilegiadas são: produção de lugares, territorialidades e fronteiras articuladas a gênero e sexualidade; sociabilidades em diferentes contextos espaciais; processos de subjetivação, estilos e categorias de identidade; trânsito, circulação e regimes de mobilidade em diferentes escalas de urbano e áreas rurais.
SPG21 Sociologia das práticas policiais e judiciais
Coordenação: Vivian Paes (UFF), Ludmila M L Ribeiro (UFMG)
Pretende-se reunir estudos que enfatizem as práticas empreendidas por agentes ou agências do sistema de justiça criminal e segurança pública. Será abordado como as práticas conflitam e dialogam com as normas explícitas e a forma como produzem regularidades que indicam regras de funcionamento geralmente não explicitadas pelas instituições. Dimensões a serem aprofundadas: como normativas semelhantes são mobilizadas de acordo com discursos diferenciados; a identificação dos conflitos e consensos oriundos das relações inter e intrainstitucionais; a explicitação dos diferentes valores enunciados em contextos de disputa; e a identificação dos constrangimentos impostos à política pública. Os estudos devem analisar a natureza dos conflitos administrados pelas instituições e a forma como estes são avaliados e/ou recebidos pelos seus agentes; e, o escrutínio da relação entre cultura jurídica e funcionamento das organizações, destacando como as regras e recursos que orientam a ação dos operadores quando mescladas aos constrangimentos contextuais e à cultura organizacional possuem efeitos cumulativos sobre a forma e o resultado dos processos de implementação de segurança pública e de justiça.
SPG22 Sociologia e Antropologia da Moral
Coordenação: Jussara Freire (UFF), Marcus Andre de Souza Cardoso da Silva (UNIFAP)
Na continuidade do GT Sociologia e antropologia da Moral, o simpósio propõe promover um debate em torno do "problema da moral" em pesquisas realizadas no âmbito de programas de pós-graduação em ciências sociais. Considerando a multiplicação de debates em torno de uma antropologia e sociologia da moral e/ou das moralidades, o objetivo do SPG aqui proposto é refletir sobre as contribuições, repercussões e reapropriações de abordagens sociológicas e antropológicas que problematizam "a moral" como objeto de estudo das ciências sociais. Busca-se mapear diferentes recortes analíticos possíveis para a compreensão "da moral" desde que "a moral" seja efetivamente o objeto em análise, i. é., de que a abordagem se esforce em se distanciar do caráter normativo que lhe poderia ser associado. Privilegiar-se-á descrições compreensivas de capacidades e operações morais de mobilizadas por atores sociais diversos. Para compreender a construção da "moral" como objeto, não foi delimitado previamente temas ou recortes. Serão privilegiados os trabalhos que relacionam este objeto com a postura compreensiva e/ou interpretativa da análise das competências de atores sociais.
SPG23 Teoria social no limite - novas frentes/fronteiras na teoria social contemporânea
Coordenação: Artur F. A. Perrusi (UFPE), Sergio Barreira de Faria Tavolaro (UnB)
O objetivo do SPG é trazer à tona a diversidade de pesquisas e de novas abordagens teóricas nas ciências sociais, estimulando reflexões sobre as relações entre as ciências sociais e as mudanças na contemporaneidade. No caso, abordagens inovadoras, dentro das próprias ciências sociais ou em relação tensa com elas, serão privilegiadas. O SPG será composto por uma sessão que contemplará dois eixos: Teoria social e Teoria sociológica. O primeiro eixo será conceitual e normativo. O segundo eixo abarcará teorizações e investigações que identificam, descrevem e classificam as mudanças sociais, culturais e pessoais no mundo social contemporâneo. Os dois eixos contemplarão diversas temáticas macrossociológicas que problematizam a modernidade, o capitalismo, as novas tecnologias no mundo global ou no Brasil ou que propõem uma reflexão mais microssociológica sobre novas formas de vida e de socialização, políticas de valores e crenças, movimentos sociais e mudanças moleculares, etc. Enfim, o SPG propõe abrir espaço a novas teorias das ciências sociais e novas reflexões sobre a ontologia do presente.
SPG24 Trabalho e ação sindical na sociedade contemporânea
Coordenação: Ruy Gomes Braga (USP), Marcos Alexandre dos Santos Ferraz (UFGD)
A presente proposta de Simpósio de Pesquisa Pós-Graduada busca discutir questões relativas à realidade do Trabalho e da ação dos trabalhadores na sociedade contemporânea. Assim, serão analisadas as reconfigurações no mundo do trabalho, ocorridas e/ou em curso, decorrentes dos processos de reestruturação do capitalismo e do advento da sociedade global, da diversificação de medidas liberalizantes e desregulamentadoras da economia e do mercado de trabalho e da retomada de políticas de desenvolvimento. O SPG busca refletir sobre novas características do trabalho e da classe trabalhadora em toda a sua heterogeneidade, nas condições da formalidade ou informalidade, incluindo a emergência de novas ocupações e categorias de trabalhadores, o novo desenho do assalariamento, a reconfiguração de formas pretéritas de inserção precária no mercado de trabalho, bem como as desigualdades de gênero, raça e geração. Busca, também, em associação com tais processos, identificar tendências recentes das ações sindicais, em termos de forma e conteúdo, desafios e possibilidades que daí derivam. Esta proposta de SPG se apresenta vinculada ao GT de mesmo nome, ativo na ANPOCS desde 1978.