Carnaval do Recife: a alegria guerreira
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NO BELO CONTO intitulado Restos do Carnaval, Clarice Lispector relata transportar-se para a infância, reencontrando imagens e sentimentos há muito experimentados e que pensava esquecidos. Lembranças do Carnaval, da cidade e das ruas do Recife em festa. Sua intimidade confundia-se, então, com a da própria cidade. Ambas ansiosas, aguardando o Carnaval. Ambas querendo expandir-se e revelar-se; ambas desejando que "enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate". Com a chegada das festas de Momo, a cidade desabrochava, a paisagem recifense e sua gente encontravam pleno sentido. Nesses dias, era como "se as ruas e praças do Recife enfim explicassem para que tinham sido feitas". Quanto à pequena foliona, poderia finalmente viver "a capacidade de prazer que era secreta" e permanecia contida em si (1).
- Rita de Cássia Barbosa de Araújo
- Artigo
- ISSN 0103-4014 versão impressa / ISSN 1806-9592 versão On-line
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