Silva Jardim: a República e o vulcão
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NA CONJUNTURA DO final do século XIX a obra de Silva Jardim, em especial este volume tão impressionante e estranho que é o de suas Memórias e viagens (1891) – por ele concebido e organizado, mas surgido já postumamente –, vincula-se de modo trágico à sua morte precoce, aos 31 anos, tragado pela cratera do Vesúvio, pondo fim à utopia republicana das mais radicais dentre as que combateram pelo fim da escravidão e da monarquia, ele próprio por todos tido e havido como o maior propagandista e agitador político do novo regime, o qual levaria, pelas ironias do destino e pelos meandros da política de conciliação conservadora (entre militares, republicanos históricos e oligarquias agrárias) um de seus mais ardorosos artífices ao auto-exílio em Paris e ao abismo vulcânico em Nápoles.
- Francisco Foot Hardman
- Artigo
- ISSN 0103-4014 versão impressa / ISSN 1806-9592 versão On-line
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