Caderneta de lembranças
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NÃO GOSTO MUITO da palavra memória; prefiro lembrança, coisa bem mais simples, ligada ao comum do dia a dia. Todo mundo tem lembrança; raros os que dizem memória. É assim que me lembro da viagem, saindo do Colégio XV de Novembro em Garanhuns no qual era interno e rumando para Natal, rua Felipe Camarão, local em que meus pais estavam morando, após termos vivido em Palmares, mata pernambucana por onde passa o Rio Una, sujo e fedorento de tiborna da Usina. Meu pai era andejo: funcionário do Banco do Brasil. Nossa vida sempre foi uma permanente mudança: a gente nunca tomava banho duas vezes no mesmo rio, embora não houvesse rio apenas em uma cidade em que moramos: Bicas, cheia de café nas Minas Gerais, quase um bairro de Juiz de Fora.
- Luiz Sávio de Almeida
- Artigo
- ISSN 0103-4014 versão impressa / ISSN 1806-9592 versão On-line
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