Programação
CURSOS
O minicurso é constituído por três aulas de 90 minutos, sendo cada aula das áreas de Antropologia, Sociologia e Ciência Politica/Relações Internacionais, ministradas pro pesquisadores seniors e reconhecidos em sua área de atuação. Para obtenção de certificado de participação no curso é obrigatória a inscrição no evento. O controle será feito exclusivamente mediante lista de presença em cada aula. Os certificados serão emitidos somente após o evento.
CS01 – Minicurso ANPOCS
Aula 1 - Suave, ma non tropo – Como decifrar fatos brutos
Dia 23/10/2018, terça-feira, das 21h30 às 22h30, sala 1 – Hotel Glória
Ministrante: Gabriel Cohn (USP)
Ementa: Trata-se de retomar, com ênfase na teoria sociológica e atenção à teoria política, lema já apresentado na Anpocs em outra ocasião, quanto mais bruto é o mundo, mais fino deve ser o modo de conhece-lo. O problema de fundo consiste em refinar a capacidade de conhecer “as formas de sociabilidade e os jogos das forças sociais” (O. Ianni), com ênfase na questão do tempo e em uma análise capaz de incorporar o conceito de evento nos seus diversos níveis. A exposição terá caráter mais exploratório do que sistemático.
Bibliografia sugerida:
SOUZA, Jesse & OËLZE, Berthold (org) Simmel e a modernidade. Brasilia, Ed. UnB, 1998
ADORNO,Theodor W. Minima Moralia. Rio de Janeiro, Azougue, 2008;
SEWELL JR., William H. Lógicas da história – Teoria social e transformação social. Editora Vozes, 2017. Cap. 3 e 4.
Aula 2 - Criatividade e Instituições Políticas
Dia 24/10/2018, quarta-feira, das 21h00 às 22h30. Sala 1 – Hotel Glória
Ministrante: Rebecca Neaera Abers (UnB)
Ementa: Esta aula buscará conectar debates sobre a natureza da ação ao problema de mudança institucional na ciência política. O conceito de ação criativa será apresentado como alternativa à dicotomia entre os conceitos de ator racional (ou calculista) e ator determinado (cultural). Influenciados por debates sobre a relação entre ação e estrutura e pelo pensamento pragmatista, os defensores desta abordagem defendem um conceito de ação simultaneamente criativa e situada em contextos materiais e subjetivos. Nesta aula, buscara-se demonstrar a utilidade desta abordagem para a analise de processos políticos.
Bibliografia sugerida:
ABERS, Rebecca Neaera; KECK, Margaret E. (2017[2013]), “Autoridade Prática, Construção Institucional e Entrelaçamento”, IN: Autoridade Prática: Ação criativa e mudança institucional na política das águas do Brasil. Rio de Janeiro, Fiocruz, 29-62.
BERK, Gerald; GALVAN, Dennis. 2009. “How People Experience and Change Institutions: A Field Guide to Creative Syncretism.” Theory and Society 38 (6): 543–80.
BEVIR, Mark; RHODES, R.A. W. 2010. “Interpretation”. The State as Cultural Practice. Oxford University Press, 63-79.
EMIRBAYER, Mustafa; MISCHE, Ann. 1998. “What Is Agency?” American Journal of Sociology 103 (4): 962–1023.
JOAS, Hans, 1996. “Intelligence and Reconstruction;” “The Creativity of Action, Chicago, University of Chicago Press, Pag. 126-145
MELUCCI, Alberto, 1989. ‘Collective Action: a Constructivist view”. Nomads of the Present: Social Movements and Individual Needs in Contemporary Society. Philadelphia, Temple University Press, 17-37
SEWELL Jr, William H. 1992. “A Theory of Structure: Duality, Agency, and
Aula 3 - Antropologia em contextos de crise: conflitos ambientais e desastres socio-técnicos
Dia 25/10/2018, quinta-feira, das 17h30 às 19h00. Sala1 – Hotel Glória
Ministrante: Andrea Zhouri (UFMG)
Ementa: Problematização do conceito de crise; significados e contextos de crise; crise vs desastres; crise-evento e crise-processo; abordagens antropológicas clássicas e contemporâneas; a 'gente crítica' e políticas de pacificação do dissenso; governança e harmonia coerciva; desafios para a prática antropológica em contextos de crise no Brasil contemporâneo
Bibliografia sugerida:
DAS, Veena – O Ato de Testemunhar: Violência, Gênero e Subjetividade. In Cadernos Pagu (37), Julho-Dezembro de 2011: 9-41.
MARCUS, George – Experts, Reporters, Witnesses: the making of Anthropologists in the states of emergency. In Didier Fassin and Mariella Pandolfi (eds) Contemporary States of Emergency. New York, Zone books, 2010.
NIXON, Rob – Introduction In: Rob Nixon. Slow Violence and the Environmentalism of the Poor. Cambridge, Massachusetts and London: Havard University Press, 2011, pp. 01-44.
O'DWYER, Eliane Cantarino. “Laudos Antropológicos: pesquisa aplicada ou exercício profissional da disciplina?” In Ilka Boaventura Leite (org.) Laudos periciais antropológicos em debate. Florianópolis: co-edição ABA/ NUER, 2005. Link: https://www.academia.edu/24061764/Ilka_Boaventura_Leite_organizadora_Antropol%C3%B3gicos_em_debate
OLIVER-SMITH, Anthony – What is a disaster? Anthropological Perspectives on a Persistent Question. In: A. Oliver-Smith and S. Hoffman (eds) The Angry Earth. Disaster in Anthropological Perspective. Routledge, 1999.
ROITMAN, Janet - "The Stakes of Crisis". In P. Kjaer, and N. Olsen, eds. Critical Theories of Crisis in Europe, Rowman & Littlefield International, 2016. https://drive.google.com/file/d/0B5RX4kUysDHKclZiR3NwZGREZzA/view
SIMMEL, G. A Natureza Sociológica do Conflito. In. Georg Simmel: sociologia. São Paulo: Ática, 1983, p.122-134.
TURNER, Victor – Dramas, campos e metáforas: ação simbólica na sociedade humana. Niterói, 2008.
VALENCIO, Norma. Da morte da Quimera à procura de Pégaso: a importância da interpretação sociológica na análise do fenômeno denominado desastre. IN: Norma Valencio et al (orgs). Sociologia dos Desastres: construção, interfaces e perspectivas no Brasil. São Carlos: Editora RIMA, 2009.
VIGH, Henrik – Crisis and Chronicity: Anthropological perspectives on continuous conflict and decline. Ethnos, V. 73:1, p. 5-24, March 2008. https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/00141840801927509
WOLF, Eric. “Encarando o poder: velhos insights, novas questões. E “Trabalho de Campo e Teoria” In. RIBEIRO, Gustavo Lins & FELDMAN-BIANCO, Bela (Org). Antropologia e poder. Contribuições de Eric R. Wolf. Brasília: Editora Universidade de Brasília: São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Editora Unicamp, 2003. Pág. 325-340; 345-360.
ZHOURI, Andréa. Produção de conhecimento num campo minado. IN: Andréa Zhouri (org.) Mineração, Violências e Resistências. Marabá: Ed. Iguana/ABA, 2018.
http://www.aba.abant.org.br/files/20180308_5aa16473d6197.pdf
ZHOURI, Andréa, OLIVEIRA, Raquel, ZUCARELLI, Marcos e VASCONCELOS, Max. O desastre no Rio Doce: entre as politicas de reparação e a gestão das afetações. IN: Andréa Zhouri (org.) Mineração, Violências e Resistências. Marabá: Ed. Iguana/ABA, 2018.
http://www.aba.abant.org.br/files/20180308_5aa16473d6197.pdf
ZHOURI, Andréa; OLIVEIRA, Raquel - Conflitos entre Desenvolvimento e Meio Ambiente no Brasil. Desafios para a antropologia e para os antropólogos. In: Bela Feldman Bianco (org). Desafios da antropologia brasileira. Brasília: ABA, 2013. http://www.portal.abant.org.br/livros/Desafios_Antropologia_Brasileira-Bela_Feldman-Bianco.pdf