Programação
MESA REDONDA
MR01 - 10 anos do retorno das ciências sociais aos currículos escolares: um balanço da experiência recente
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 2 – Hotel Glória
A obrigatoriedade da sociologia no ensino médio a partir de 2008 possibilitou o reingresso das ciências sociais ao currículo escolar, suscitando um intenso debate nas diversas sociedades científicas da área. Esta atividade conjunta, organizada pelos comitês de ensino da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS) e de educação, ciência e tecnologia da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), visa realizar um balanço da experiência de uma década da presença das ciências sociais nas escolas brasileiras. A mesa se propõe a conduzir essa reflexão por meio de alguns eixos específicos: a) os processos de disputas e elaboração de um currículo nacional de sociologia; b) os desafios para a formação de professores de ciências sociais; c) a produção científica sobre ensino das ciências sociais/sociologia.
Coordenação: Amurabi Pereira de Oliveira (UFSC)
Expositor(a)s: Ileizi Luciana Fiorelli Silva (UEL), Amurabi Pereira de Oliveira (UFSC), Ceres Karam Brum (UFSM)
Debatedor: Rodrigo Pereira da Rocha Rosistolato (UFRJ
MR02 - 50 anos depois: O que fica de "O Direito à Cidade", de Henri Lefebvre, e das manifestações de 1968?
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 6 – Hotel Glória
Atenção: Será apresentado o filme “No intenso agora” na sala 5 no dia 24/10 a partir das 21h00.
Nas ciências sociais, nas humanas em geral e nas artes ocidentais atuais, o ano de 1968 é envolto por uma mística que se assenta sobretudo nos escombros das barricadas estudantis de Paris e de Praga, embora, para os estudiosos do mundo urbano, pese ainda O Direito à Cidade, que o filósofo e sociólogo Henri Lefebvre (1901-1991) publicou dois meses antes do Maio parisiense, após anunciá-lo em artigo de 1967. A aura gira em torno das potencialidades de ruptura histórica supostamente contidas na publicação e nos protestos. O livro-manifesto teria induzido inédita agenda de prática e pesquisa em prol do "direito à cidade" – em meio às múltiplas acepções que a noção assumiu ao longo das décadas. Já as manifestações sinalizariam para o último grande empenho coletivo em prol de "um outro mundo possível", para além dos dogmatismos do capitalismo e do comunismo. Visa-se aqui debater criticamente essa dupla mística, cinquenta anos depois, ao congregar olhares da sociologia, dos estudos urbanos, da historiografia e do cinema em torno da seguinte questão: O que fica, hoje, desses tipos de acontecimentos? O debate será potencializado pela exibição prévia do filme "No intenso agora" (2017).
Coordenação: Fraya Frehse (USP)
Expositor(a)s: José de Souza Martins (USP), Angélica Müller (UFF), João Moreira Salles (cineasta)
Debatedor(a): William Héctor Gómez Soto (UFPEL)
MR03 - A agenda do Estado para a agricultura e o Brasil rural – quais as tendências em curso e as principais questões que se projetam para o contexto pós eleições?
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 20 – Hotel Palace
Durante a primeira década e meia deste século o governo federal pôs em prática um amplo conjunto de inovações em políticas públicas para a agricultura e o desenvolvimento rural, período em que houve também forte expansão dos recursos aplicados. O balanço dos êxitos e limites deste ciclo ainda vem sendo produzido pela literatura. Nos anos mais recentes, por outro lado, ocorre uma descontinuidade ou mesmo o desmonte de várias destas iniciativas, algo cujo impacto também começa a ser objeto de reflexão. O objetivo da mesa é propiciar um espaço que favoreça o diálogo crítico em torno dos aprendizados produzidos com estes dois momentos. Pretende-se retomar o balanço dos momentos de inovação e de desmonte das políticas, analisar tendências que se projetam a partir daí, e como elas se traduzem em questões cujo enfrentamento dará a forma e o conteúdo da ação do Estado sobre o tema no contexto pós eleições. Algo especialmente relevante quando se considera a crescente participação da agropecuária num quadro de desindustrialização da economia, e também o papel desempenhado pela representação política deste segmento, com a ampliação da chamada Bancada Ruralista e da sua influência.
Coordenação: Arilson Favareto (UFABC)
Expositor(a)s: Catia Grisa (UFRGS), Sergio Pereira Leite (UFRRJ), Ramonildes Gomes (UFCG)
MR04 - A longa história da violência pacificadora no Brasil
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 1 – Hotel Glória
A adoção de “práticas pacificadoras” acompanha toda a história do Brasil. Se portugueses já pacificavam indígenas no período colonial, o Estado brasileiro na primeira metade do século XIX expandiu essa ação fundando uma política de pacificação, responsável pela repressão a diversos tipos de movimentos insurrecionais. À frente dela, seu principal agente – o duque de Caxias – foi transformado, no século XX, por um Estado republicano, em herói nacional. Bem mais recentemente, em 2008, acompanhamos a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro e, há dois anos, após o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, assistimos a uma nova retomada da ideia de pacificação nacional. A mesa aqui proposta visa refletir sobre essa recorrência, sobre a elaboração de políticas e ações de pacificação, colocadas em prática por meio de agências estatais (polícia, militares, órgãos do Poder Executivo, entre outros), além de refletir sobre procedimentos interpretativos e representativos acionados quando essas políticas e práticas são colocadas em ação.
Coordenação: João Pacheco de Oliveira (MN/ UFRJ)
Expositor(a)s: Adriana Barreto de Souza (UFRRJ), Ludmila Mendonça Lopes Ribeiro (UFMG) Maria Luiza de Oliveira (UNIFESP)
MR05 - A Nação como problema e projeto
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 2 Hotel Glória
A questão nacional atravessa o Pensamento Político Brasileiro. A produção de ideias em um país periférico faz com que em torno do lugar do pensamento estejam, implícita ou explicitamente, presentes nas mais diversas formulações sobre o tema. Se, por um lado, são muitos os modos de organizar a história do pensamento político brasileiro, não resta dúvida que a nação se destaca como uma das chaves mais prolíficas, capaz de revelar vínculos entre distintos contextos e autores. Dentre as muitas perspectivas possíveis para refletir sobre tão rico tema, a mesa pretende debater a ideia de nação a partir de duas dimensões: a do problema e a do projeto. A nação como problema vincula-se à consciência de uma especificidade das ideias, práticas e instituições no contexto de nações que são construídas na periferia da modernidade ocidental. A nação como problema passa a disputar espaço com a ideia de nação como projeto, pensada não apenas como acúmulo pregresso de experiências que distinguem um povo, mas enquanto caminho para superar as mazelas do atraso, como então diagnosticava um cenário intelectual ainda fortemente atravessado pela retórica do dualismo.
Coordenação: Christian Edward Cyril Lynch (IESP-UERJ)
Expositor(a)s: Maria Fernanda Lombardi Fernandes (Unifesp), Jorge Gomes de Souza Chaloub (UFJF) Paulo Henrique Paschoeto Cassimiro (IESP-UERJ)
MR06 - Água, sociedade e desigualdade no Brasil: a atualização dos conflitos e as emergências políticas em contextos de ruralidade
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 23 – Pq. das Àguas
Temas relativos aos conflitos pelo acesso à água no Brasil têm recebido crescente atenção das ciências sociais. Esta atenção pode ser acompanhada tanto nas pesquisas da sociologia, ciência política ou antropologia dedicadas aos temas socioambientais, quanto nos esforços renovados das ciências sociais para a compreensão da questão ambiental no rural contemporâneo. Tendo em vista o diálogo entre estes campos de investigação, o objetivo da mesa redonda é debater estudos recentes sobre conflitos e desigualdades sociais no acesso à água em conextos de ruralidade. Para tanto, abordará conflitos e desigualdades socioambientais no Brasil tomando como referência a relação sociedade e recursos hídricos a partir dos territórios rurais do sudeste (marcados pela expansão do agronegócio), das políticas públicas de democratização do acesso à água no semi-árido nordestino (com destaque para o debate recente sobre cidadania hídrica igualitária) e dos conflitos de regulação do uso e acesso à água na Amazônia (em particular no que concerne ao avanço das UHE’s na região).
Coordenação: Rodrigo Constante Martins (UFSCar)
Expositor(a)s: Lorena Cândido Fleury UFRGS) , Luís Henrique Cunha (UFCG) , Rodrigo Constante Martins (UFSCar)
MR07 Antropologia das práticas de poder: novas e velhas assimetrias no Brasil democrático
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 10 – Hotel Lopes
À medida que novas experiências democráticas se deparam e se articulam com formas mais antigas de governo, observa-se uma preocupação renovada com mediadores, participação, direitos e poder, em especial na interface entre movimentos sociais e formuladores de políticas públicas. Embora estas experiências fossem encontradas antes de 1980, o Brasil pós-constituinte tem se destacado na proliferação de espaços de participação social e de reivindicação de direitos nas interfaces entre instituições de governo e formas de articulação política. O objetivo da Mesa Redonda é refletir sobre os limites e possibilidades desses espaços a partir de três etnografias: da participação indígena nas políticas de saúde, da relação entre indígenas e profissionais de saúde nas aldeias; e entre movimentos sociais e a demanda por direitos específicos, enfatizando a reconfiguração das assimetrias de poder que surgem nas práticas de inclusão política. Pretende-se contribuir para a compreensão das ambiguidades dessas arenas que podem engendrar relações que não são nem objetivamente novas, nem efetivamente democráticas, mas ao mesmo tempo parecer potentes para renovar a democracia como forma de governo.
Coordenação: Carlos Guilherme Octaviano do Valle (UFRN)
Expositor(a)s: Carla Costa Teixeira (UnB), Carlos Guilherme Octaviano do Valle (UFRN), Cristina Dias da SIlva (UFJF),
Debatedor: Antonio Carlos de Souza Lima (UFRJ)
MR08 Burocracia e políticas públicas no Brasil
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 7 – Hotel Glória
A Mesa busca dialogar com a produção nacional já consolidada sobre a burocracia, contribuindo para reflexões e agendas futuras de discussão sobre o tema e suas múltiplas interfaces com os processos de produção de políticas públicas. Pretende, assim, apresentar um panorama atualizado dos debates, refletindo sobre o Estado e suas ações o Brasil. Mais especificamente, tratará das seguintes questões: o debate teórico sobre burocracia e democracia, trazendo-o para o caso brasileiro; a relação entre burocracia, insulamento e governança democrática; a relação entre burocracia e desigualdades; e, por fim, o tema da accountability e dos controles da e pela burocracia no Brasil. Por meio desse debate, o objetivo é entender melhor o papel da burocracia nos processos de formulação e implementação das políticas públicas e no desenvolvimento da democracia brasileira.
Coordenador: Fernando Luiz Abrucio (FGV)
Expositor(a)s: Vanessa Elias de Oliveira (UFABC), Fernando Filgueiras (Enap), Roberto Dutra Torres Junior (UENF)
MR09 Capitalismo autoritário e questão agrária hoje
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 8 – Hotel Glória
A mesa se propõe a discutir os conceitos de capitalismo autoritário e sistema de repressão da força de trabalho para entender algumas das transformações recentes ocorridas no meio rural brasileiro em que a acumulação dos grupos dominantes depende de uma espécie de "rentismo da economia", não apenas baseada na financeirização, mas também no acesso ao monopólio de terra ou de recursos naturais, o que é garantido pelo Estado. Logo, o poder de acessar o Estado é determinante para a estratégia destes diversos atores capitalistas. O enfoque do debate será sobre a construção de áreas consideradas como de "fronteira agrícola", pautando também uma reflexão em torno dos efeitos políticos promovidos pelo fortalecimento da economia do agronegócio na última década, tendo em vista as recentes mudanças regulatórias promovidas pelo governo atual no que tange à política agrária
Coordenação: Débora Franco Lerrer (UFRRJ)
Expositor(a)s: Lauro Mattei (UFSC), Guilherme Costa Delgado (IPEA), Otavio Velho (MN/UFRJ)
MR10 Capitalismo, (não) reconhecimento e as transformações atuais da sociedade
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 3 – Hotel Glória
Nesta mesa, nos propomos a discutir um aspecto central da teoria do reconhecimento, que ainda merece especial atenção: as diversas formas contemporâneas de negação do reconhecimento social como efeitos objetivos da especificidade da moralidade e da cultura do capitalismo contemporâneo. Nesta direção, a articulação entre os conceitos de capitalismo e negação do reconhecimento não se encontra totalmente resolvida na teoria social. A ideia de crítica social precisa considerar a reconstrução e atualização constante do conceito de capitalismo, em suas dimensões econômicas e morais, como uma tarefa central. Com isso, propomos uma discussão inicial que possa articular as ideias de "reconhecimento como ideologia" (HONNETH, 2010), "não reconhecimento", "negação do reconhecimento", "desreconhecimento" e "reconhecimento fake" como uma possibilidade de compreensão dos efeitos na experiência subjetiva produzidos pelos imperativos morais cada vez mais seletivos do capitalismo em sua forma atual.
Coordenação: Fabrício Barbosa Maciel (UENF)
Expositor(a)s: Sílvio César Camargo, Luiz Gustavo da Cunha de Souza (UFSC) e Fabrício Barbosa Maciel (UENF)
Debatedora: Patrícia Castro Mattos (UFSJ)
MR11 - Circulação Internacional de Intelectuais e da Produção Científica: Relações do Brasil com França, Alemanha e Estados Unidos
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 9 – Hotel Glória
A presente proposta de mesa-redonda aborda as relações intelectuais internacionais pela perspectiva da história e da sociologia das ciências sociais, através da análise de três casos paradigmáticos de circulação internacional de intelectuais e da produção científica envolvendo o Brasil no século XX: o intercâmbio com a França (Consolim, 2017), a Alemanha (Muñoz, 2015) e os Estados Unidos (Carlotto, 2015; Carlotto & Garcia, 2015). O objetivo é olhar para as disputas propriamente cognitivas a partir de suas condicionantes sociais, em particular de ordem política (Hass, 1992; Dezalay & Garth, 2002; Guilhot, 2005; 2011), disciplinar e institucional (Charle, 1994), buscando entender as transformações dos padrões de internacionalização do conhecimento no período que abrange desde a véspera da Primeira Guerra até os anos que se seguem à Segunda Guerra Mundial.
Coordenação: Adriano Nervo Codato (UFPR)
Expositor(a)s: Marcia Consolim (UNIFESP), Maria Carlotto (UFABC), Pedro Muñoz (PUC-RIO)
Debatedor(a): Fabiano Engelmann (UFRGS)
MR12 - Cultura, poder e estratificação social
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 11 – Hotel Lopes
Recolocando a pergunta feita por Pierre Bourdieu, relativa à homologia entre espaço social e espaço simbólico, a mesa visa contribuir para uma revisão crítica do arcabouço teórico-metodológico do autor. A pergunta que se coloca refere-se ao lugar ocupado pelo capital cultural nas dinâmicas de classe e estratificação no Brasil, ou seja, se hierarquias, pertenças e exclusões sociais são demarcadas por práticas culturais consideradas legítimas. A questão se justifica na medida em que processos sociais contemporâneos parecem fragmentar a relação entre cultura e classes sociais. A mundialização, a disseminação das TICs e a expansão do que se entende por cultura parecem ser elementos que complexificam o debate. Além disto, cabe indagar se em uma sociedade tão profundamente desigual como a brasileira, existiria um substrato comum mínimo a todas as classes que permitiria a legitimação de determinados gostos e práticas culturais a ponto de operarem como capital simbólico, a despeito das práticas diferenciais. Temas como as relações entre capital cultural, econômico e social, estilo de vida e consumo cultural, serão debatidos à luz das transformações sociais recentes ocorridas no Brasil.
Coordenação: Ana Lúcia de Castro (UNESP)
Expositor(a)s: Edison Ricardo Emiliano Bertoncelo (USP), Michel Nicolau Netto (UNICAMP), Maria Salete de Souza Nery (UFRB),
Debatedor(a): Maria Celeste Mira (PUCSP)
MR13 - Da dependência cultural ao cosmopolitismo periférico? 40 anos de Uma literatura nos trópicos, de Silviano Santiago
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 4 – Anfiteatro Glória
Ao lembrar os 40 anos de publicação do livro Uma literatura nos trópicos (1978), de Silviano Santiago, no qual foi recolhido o influente ensaio “O entre-lugar do discurso latino-americano”, a mesa propõe o debate sobre tema ainda central também nas ciências sociais brasileiras: qual o lugar da produção cultural e intelectual brasileira (e latino-americana em geral) na dinâmica mundial? Trata-se, como se sabe, de problema central nas áreas do pensamento social, da teoria social, da sociologia do conhecimento e da sociologia da cultura, para citar as principais. Assim, a mesa propõe a revisão do debate interno nas ciências sociais a partir do confronto com a área interdisciplinar dos chamados “estudos culturais”, de que Uma literatura nos trópicos é livro fundante na América Latina.
Coordenação: Elide Rugai Bastos (UNICAMP)
Expositor(a)s: Lilia Schwarcz (USP), Wander Mello Miranda (UFMG), Maurício Hoelz (UFRJ)
MR14 - Drogas, saúde e ciências sociais: Aspectos políticos, morais e comportamentais
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 13 – Hotel União
As ciências sociais vêm se dedicando nas últimas décadas a tecer importantes contribuições para os estudos da grande temática das drogas.A Sociologia e a Antropologia no Brasil, especificamente, têm dado grandes contribuições para compreender as relações que se estabelecem entre substâncias, indivíduos, práticas sociais e morais no entorno do que se classifica como drogas. Nesse sentido, dialoga com outros campos de produção de conhecimento como a biologia, a medicina e a psicologia.A proposta da mesa é debater como a análise sociológica e antropológica no Brasil vêm contribuindo para verificar a relação entre saúde, cuidado e políticas públicas no âmbito dos enfrentamentos morais que influenciam a abordagem das substâncias psicoativas. A mesa contará com três apresentações. Na primeira se discutirá as comunidades terapêuticas como modelo de cuidado.A segunda apresentação objetiva tratar a relação entre políticas de drogas com o incremento de um agravo importante à saúde, os homicídios no Brasil.A terceira apresenta abordará a questão das políticas de saúde no Brasil e o uso medicinal da maconha.
Coordenação: Paulo Fraga (UFJF)
Expositor(a)s: Marcelo da Silveira Campos (UFGD), Frederico Policarpo Mendonça Filho (UFF), Maria Paula Gomes dos Santos (IPEA)
MR15 - Estratégias de Reprodução Social das Elites no Brasil
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 14 – Hotel União
tempos de crise política é pertinente refletir sobre as tentativas de perenização empregadas por agentes individuais e coletivos no espaço do poder, que envolvem lutas deflagradas tanto no plano mais amplo do espaço social do país – com a ativação de modalidades coletivas de gestão das mudanças toleradas (adaptações, reconversões, alianças, etc.) – como no plano mais específico, de preservação de patrimônios econômicos, sociais, políticos e simbólicos acionados por determinados grupos dominantes. As comunicações dos pesquisadores de diferentes áreas das ciências sociais, que examinam universos empíricos discrepantes e situados em distintos períodos históricos, indagam sobre: como determinados agentes conquistam notabilidades em variados e interseccionados domínios econômicos, políticos e culturais? E: de que modo há transmissão não só de espólios materiais e simbólicos, mas também de disposições compatíveis com determinadas atividades (apetências ou repulsas)? Nesta mesa, a ênfase recai sobre as estratégias de reprodução mobilizadas por "grupos familiares", cujos membros ocupam posições de destaque em diferentes segmentos de "elites".
Coordenação: Igor Gastal Grill (UFMA)
Expositor(a)s: Mario Grynszpan (UFF), Marcos Botton Piccin (UFSM), Rodrigo da Rosa Bordignon (UFSC)
MR16 - Experiências intelectuais negras em perspectiva transnacional
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 15 – Hotel União
Em 2018 aniversariam-se 130 anos da Abolição formal da escravidão africana no Brasil. Um dos aspectos importantes deste fato é a consequente luta, no pós-abolição, pela vida material e simbólica da população negra. Desse aspecto da luta, não se podem esquecer o direito à memória, aos projetos futuros, revisões do passado. A experiência intelectual negra brasileira é um tema de pesquisa que vem sendo, nos últimos anos, sistematicamente debatida por diferentes ramos de conhecimento, em particular pelas Ciências Sociais e História. Ela tem composto um campo desafiador, seja pelas fontes de difícil acesso, pela invisibilização histórica de sua existência. Além de investigações sobre trajetórias e biografias, obras de autorias individuais, tem sido cada vez mais fecundo o debate sobre experiências coletivas e associativas de intelectuais negros afrodescendentes nacionais e suas conexões transnacionais. Propomos apresentar alguns desses debates, tratando de questões de solidariedade, associativismos de intelectuais negros e negras que refletiram sobre sua condição e experiência, pugilaram contra o racismo e a discriminação, formataram projetos de luta antirracista.
Coordenação: Valter Roberto Silvério (UFSCar)
Expositor(a)s: Flavia Mateus Rios (UFF), Mário Augusto Medeiros da Silva (UNICAMP), Matheus Gato de Jesus (USP)
MR17 - Feminismos e conservadorismo: a disputa pelo olhar das Ciências Sociais
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 16 – Hotel União
No Brasil e na América Latina, vivenciamos o que tem sido considerado como uma "ofensiva conservadora e reacionária", que se estabelece em diferentes fronts e que compõe um quadro de disputas que envolvem visões de mundo e projetos sócio-históricos distintos. Há o crescimento de um discurso público que mobiliza uma concepção heteronormativa e patriarcal da ordem social, mas também desenvolvimento e alastramentos de grupos e discussões sobre sexualidades, corpo, autonomia, racismo e feminismos. Para além da disputa pública de sentidos, há uma série de medidas práticas que atestam uma agenda de retrocessos de direitos, e ainda, uma tentativa de deslegitimação dos campos de pesquisa ligados a gênero e sexualidade. O projeto de lei "Escola Sem Partido" e a centralidade da chamada "ideologia de gênero", na agenda de partidos e grupos declaradamente conservadores, são alguns exemplos. Percebemos aqui uma conexão com o acirramento da prática reacionária, que coloca a democracia brasileira em xeque. A partir disso, esta mesa constitui-se como um espaço de discussão entre acadêmicas feministas de diferentes perspectivas, num diálogo entre a Ciência Política e a Sociologia, principalmente.
Coordenação: Maria Ligia Ganacim Granado Rodrigues Elias (UnB)
Expositoras: Maria das Dores Campos Machado (UFRJ), Maíra Kubík Taveira Mano (UFBA), Marcela C. M. Amaral (UFG)
Debatedor(a): Viviane Gonçalves Freitas (UFMG)
MR18 - Foucault inédito: o surgimento tardio da História da Sexualidade 4
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 17 – Hotel Caxambu
Após 34 anos de sua morte, Michel Foucault produz um fenômeno editorial poucas vezes visto no mundo acadêmico com a tão esperada publicação do volume 4 da História da sexualidade. Essa publicação ajuda a lançar luzes sobre o projeto do autor quando muda o curso da sua pesquisa anunciada em 1976, trazendo à luz, em 1984, os volumes 2 e 3 da História da Sexualidade, nos quais apresenta uma incursão pela Antiguidade Clássica (onde crava o marco zero de uma genealogia do sujeito moderno não mais pensada nos termos da relação entre saber e poder, como fizera em grande parta da década de 1970, mas por meio da correlação entre formas de subjetivação, práticas de governo e manifestação da verdade) e pela Antiguidade greco-romana para chegar finalmente aos primeiros séculos da era cristã no livro que acaba de vir a público. Essa publicação oferece ao leitor maior clareza quanto ao caminho genealógico que Foucault percorria para delinear os espaços e as possibilidades de liberdade dos sujeitos contemporâneos. O objetivo desta mesa redonda é o de discutir o alcance temático, conceitual e metodológico desse livro em face do conjunto da obra de Foucault.
Coordenação: Ana Lucia de Freitas Teixeira (UNIFESP)
Expositor(a)s: Philippe Chevallier (BnF), Luzia Margareth Rago (UNICAMP), Gilvanildo Oliveira Avelino (UFPB)
Debatedor(a): Marcos César Alvarez (USP)
MR19 - Governo e subjetividades no Brasil (1988-2018): olhares sobre nossa questão social a partir das margens do estado
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 18 – Hotel Caxambu
A mesa pretende examinar a experiência brasileira nos últimos trinta anos, tomando como marco o aparecimento da Constituição Federal de 1988, para identificar continuidades e descontinuidades nas práticas de governo, produção de subjetividades e configurações do estado, efeitos de certa formulação de nossa questão social que se tornou possível naquele final de década. A mesa-redonda propõe, assim, que os participantes organizem suas apresentações em torno de dois eixos de questões: de um lado, um empírico, que implica na análise das linhas de força que se desdobraram de certa moral de estado presente na Constituição de 1988, cujo valor principal talvez resida na fórmula de “resgate da dívida social”; de outro, um eixo que podemos nomear como teórico-metodológico, que impele à reflexão sobre os diferentes referenciais mobilizados ao longo deste período para examinar os cenários que iam se delineando de modo mais ou menos claro e aqui nos interessa especialmente o esforço em sistematizar de modo mais preciso os ganhos analíticos de perspectivas que se localizam nas margens e que buscam, deste lugar, iluminar processos que estão no coração das transformações vividas.
Coordenação: Mariana Côrtes (UFU)
Expositor(a)s: Edson Miagusko (UFRRJ), Cibele Rizek (UFSCAR), Márcia Leite (UERJ)
Debatedora: Fabiana Jardim (USP)
MR20 - Ideologia de partidos políticos: a temática a partir de diferentes metodologias
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 19 – Hotel Caxambu
Antes da ascensão do PT ao poder no executivo nacional, ainda nas eleições presidenciais de 2002, chamou atenção as coligações partidárias. Naquele momento, ficou patente que partidos, compreendidos como de ideologias díspares, estavam pondo de lado algumas crenças para alcançar o poder. Passou-se a questionar essas formações, uma vez que elas não apresentavam uma unicidade ideológica – o que, a princípio, deveria pautar tais decisões. Situações como a coligação "Lula Presidente" em 2002, que foi formada por diversos matizes, suscitaram um questionamento que requer maior aprofundamento do que aceitar o fato (lógico) de que os partidos buscam alcançar o poder. Tal situação ocorreu em diferentes eleições e níveis de disputa. Com isso, vimos surgir, no campo da Ciência Política, pesquisas que versam especificamente sobre a/s ideologia/s dos partidos políticos no Brasil. Retomar tal discussão e atualizá-la se faz necessário para compreender os cenários que se apresentam. Esta mesa busca, assim, apresentar diferentes metodologias para o estudo da ideologia dos partidos políticos no país. A multiplicidade de possibilidades mostra a amplitude do debate, sua relevância e atualidade.
Coordenação: Bianca de Freitas Linhares (UFPel),
Expositor(a)s: Marcia Ribeiro Dias (Unirio), Soraia Marcelino Vieira (UFF), Fernando Scheeffer (UDESC),
Debatedor(a): Rafael Machado Madeira (PUC-RS)
MR21 - Implementação de políticas e reprodução de desigualdades: o papel dos arranjos institucionais e suas dinâmicas relacionais
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 20 – Hotel Palace
O objetivo da mesa-redonda é contribuir para o avanço da reflexão sobre as inter-relações entre processos de implementação de políticas públicas e reprodução (ou redução) de desigualdades. O foco analítico recai sobre os arranjos institucionais e as dinâmicas relacionais que eles conformam, ressaltando a complexa relação entre estruturas, regras e as formas como atores diversos se relacionam nos processos de execução de ações governamentais e serviços públicos. Considerando que essas configurações afetam diretamente as possibilidades de concretização e as feições específicas que políticas e serviços públicos adquirem no cotidiano, pretende-se indagar de que forma o (re)desenho e a operação de arranjos introduz riscos de reprodução de desigualdades nos processos de implementação? Por meio da apresentação e discussão de análises de arranjos institucionais e suas dinâmicas relacionais em políticas públicas de saúde, educação e assistência social, almeja-se sistematizar um conjunto de orientações teóricas e metodológicas para o aprofundamento de estudos que inter-relacionem a perpetuação (ou mitigação) de desigualdades sociais com as operações de implementação de políticas no Brasil.
Coordenação: Gabriela Spanghero Lotta (UFABC)
Expositor(a)s: Alicia Bonamino (PUC-Rio), Renata Bichir (EACH/USP e CEM), Roberto Pires (IPEA)
MR22 - Inovação social no Brasil: teoria e prática
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 21 – Hotel Palace
Experiências de inovação social ampliam-se ao redor do mundo, entendidas como práticas voltadas para a criação de novas respostas aos problemas públicos, de forma colaborativa e inventiva, gerando novos processos, produtos, relações sociais ou padrões culturais para grupos, territórios e sociedades. Ao Norte, é vigorosa a produção de conhecimento sobre o tema. Ao Sul, mais especificamente no Brasil, multiplicam-se experiências socialmente inovadoras, mas análises no campo das ciências sociais são ainda incipientes. Esta mesa-redonda busca fomentar o debate sociológico brasileiro crítico e reflexivo sobre a inovação social através da apresentação das suas bases conceituais-analíticas e de experiências desenvolvidas no Brasil no âmbito das Universidades em conjunto com atores do ecossistema de inovação social (Observatório de Inovação Social de Florianópolis) e das políticas públicas (pesquisa realizada pela Secretaria Nacional de Articulação Social/ SNAS). Os produtos esperados são: (1) lançar luzes sobre limites e possibilidades do aporte da inovação social no Brasil atual; (2) contribuir para a conexão entre pesquisadores e redes de pesquisa ao Norte e ao Sul.
Coordenação: Adriane Vieira Ferrarini (UNISINOS)
Expositor(a)s: Lars Hulgaard (Roskilde university), Sergio Kelner Silveira (SNAS/SEGOV/PR), Júlia Furlanetto Graeff (UFSC)
MR23 - Intelectuais e agenda de pesquisa sobre a América Latina no Brasil: os dilemas da regionalização
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 24 – Pq. das Águas
A proposta objetiva trazer o debate acerca da agenda de pesquisa brasileira sobre a América Latina, com foco nos processos de integração regional. Propõe-se apresentar um balanço das contribuições teóricas de brasileiros desde as décadas de 1960 e 1970 chegando à produção contemporânea. Na contramão da invisibilidade da temática, é objetivo da mesa mapear a produção do conhecimento "sobre", "na" e "a partir da" América Latina no Brasil mediante o exame de: i) trajetórias intelectuais e perspectivas teóricas de expoentes do pensamento social latino-americano; ii) perfis das instituições acadêmicas que produzem e difundem conhecimento e informação sobre a América Latina no Brasil, suas agendas e abordagens; iii) tipos de produção acadêmico-científica das Ciências Sociais brasileiras com enfoque regionalista e suas conexões interinstitucionais na correlação com possíveis dimensões sócio-político-culturais-científicas de processos de integração regional; iv) correlações entre processos de ascensão e queda de governos de esquerda e a vitalidade do conhecimento sobre a região bem como impactos nos processos de integração e nas diferentes perspectivas latino-americanistas.
Coordenação: Adelia Maria Miglievich Ribeiro (UFES)
Expositor(a)s: Lília Gonçalves Magalhães Tavolaro (UnB), Wagner Tadeu Iglecias (USP), Adelia Maria Miglievich Ribeiro (UFES),
Debatedor(a): Flávia Lessa de Barros (UnB)
MR24 - Limites e possibilidades da ofensiva neoconservadora no Brasil e na América Latina
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 3 Hotel Glória
Desde o final da primeira década do século XXI iniciou-se uma ofensiva neoconservadora na América Latina que se materializou nos golpes de Estado em Honduras e no Paraguai, em 2008 e 2012. Ela ganhou força com o isolamento da Revolução bolivariana na Venezuela, a derrota do Kirchnerismo na Argentina em 2015, o golpe de Estado no Brasil em 2016, e a eleição de Sebastian Piñera no Chile em 2017. A mudança de orientação dos governos brasileiro, argentino, paraguaio e chileno levaram à suspensão da participação destes países na UNASUL, iniciativa às quais se somaram Colômbia e Peru. Tais mudanças vêm afetando profundamente o equilíbrio de forças no Cone Sul, o alinhamento internacional da região, os projetos de integração e de desenvolvimento em curso, os compromissos democráticos assumidos desde o fim dos anos 1980, as formas de governo e os regimes políticos hegemônicos. Esta mesa dedica-se a analisar as causas internas e externas desta onda neoconservadora, o seu caráter, suas possibilidades e impactos na América Latina e especificamente no Brasil, em particular na sua institucionalidade democrática e padrões de desenvolvimento
Coordenação: Sedi Hirano (USP)
Expositor(a)s: André Vitor Singer (USP) Carlos Eduardo da Rosa Martins (UFRJ), Danilo Enrico Martuscelli (UFFS)
MR25 - Memória Social, Reparação e Justiça
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 23 – Pq. das Àguas
Esta Mesa-Redonda se propõe a discutir e refletir, de forma plural, o campo de análise, pesquisa e debate da temática da Memória Social e Coletiva frente às demandas contemporâneas sobre identidade, reparação, justiça e reconhecimento, trazendo para o debate trabalhos que versam sobre o papel das instituições, grupos e atores sociais que articulam nas suas diversas lutas sociais, em contextos históricos de alargamento dos vínculos e valores democráticos, mudanças de estratégias na publicização de suas reivindicações e na promoção de vínculos afetivos ou reações junto a cena pública. Além disso, busca-se refletir as novas abordagens teóricas e conceituais sobre o campo da Memória em um contexto mais amplo das lutas democráticas. Pensar como as reivindicações culturais, simbólicas e jurídicas são produzidas, rememoradas, disputadas, manipuladas, esquecidas e instrumentalizadas por grupos, instituições e atores sociais em arenas públicas cada vez mais difusas por conta nas novas mídias e redes sociais. E, de que maneira, estas reivindicações vêm acompanhadas de novas formas de percepção da relação entre espaço e tempo, e, consequentemente, da definição memória.
Coordenador: Myrian Sepúlveda dos Santos (UERJ);
Expositor(a)s: Rogério Ferreira de Souza (IUPERJ), Carlos Alfredo Gadea Castro (UNISINOS), Menara Lube Guizardi (CONICET/ IDAES-UNSAM),
Debatedor(a): Livio Sansone (UFBA)
MR26 - Mercantilização e militarização das grandes cidades brasileiras: um balanço de dez anos de megaeventos
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 22 – Hotel Palace
Na última década, cidades brasileiras experimentaram o que tem sido chamado de era dos megaeventos, uma sequencia de cerimônias e espetáculos sinalizada por seus promotores como oportunidades de desenvolvimento urbano. Para além de “legados”, esta era teve impactos na gestão e controle da vida urbana, reconfigurando práticas e indicando certas tendências. As operações consorciadas entre setores públicos e privados, o uso ostensivo das Forças Armadas na segurança das cidades e os projetos de ocupação policial de territórios de pobreza, propalados pelas Unidades de Policia Pacificadora no Rio de Janeiro e replicados em outros estados e cidades, são exemplos desse modus operandi. Mais do que condições de possibilidade, a promoção da “paz” e a lógica das “parcerias” se consolidaram e dispersaram no horizonte das práticas de gestão das cidades, ao mesmo tempo desafiando as forças de resistência. Na perspectiva dessa mesa, os megaeventos no Brasil se articularam a uma reorientação das condutas, e precisam ser analisadas para uma reflexão sobre seus efeitos vindouros, persistidos apesar do encerramento desse ciclo. Esta é a proposta, e o desafio, dessa mesa-redonda.
Coordenação: Lia de Mattos Rocha (UERJ),
Expositor(a)s: Frank Andrew Davies (UFPE), Wellington da Silva Conceição (UFT), Monique Batista Carvalho (MDS)
MR27 - Mulheres africanas vistas por mulheres brasileiras
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 12 – Hotel Lopes
A proposta da mesa é reunir pesquisadoras brasileiras com investigações e experiências em contextos africanos para refletir sobra a temática do feminino em diferentes cenários deste continente. Nosso interesse é colocar em perspectiva reflexões diferenciadas sobre a produção de conhecimento por e sobre mulheres em África, abordar aspectos como gênero, sexualidade, parentalidades, relações com o estado, identidade, entre outros; bem como refletir a partir de percursos de vida, biografias, trajetórias e memórias. A própria constituição da mesa traz em si um olhar comparado sobre e a partir de uma perspectiva feminina. Nessa troca de olhares, a mesa propõe colocar em debate as complexidades internas que envolvem as vidas, o cotidiano e o imaginário de mulheres africanas, pelo olhar de mulheres brasileiras que vem pesquisando no continente há mais de uma década.
Coordenação: Andréa Lobo (UnB)
Expositor(a)s: Laura Moutinho (USP), Patrícia Godinho Gomes (UFBA/POSAFRO), Luena Pereira (UFRRJ)
Debatedor(a): Juliana Braz Dias (UnB)
MR28 - Mulheres, violência e prisão
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 19 – Hotel Caxambu
A proposta desta MR é fortalecer as discussões que vêm sendo travadas nos campos da punição, da violência e das relações de gênero, lançando luz às dinâmicas sociais que interconectam as mulheres aos fenômenos da vitimização, da criminalidade e da punição. Tomando como referência o acentuado aumento do encarceramento de mulheres no país nas últimas décadas, a MR pretende discutir as iniquidades de gênero, raça e classe que marcam seus perfis e trajetórias dentro e fora do sistema (sobrerrepresentação de negras, baixa escolaridade, histórico de violência doméstica e familiar, prevalecente chefia de família e envolvimento subalterno no tráfico de drogas). No mesmo sentido, pretende discutir a relação entre o envolvimento criminal dessas mulheres e o sustento e a provisão materiais de si e de sua família, deslocando as representações dominantes sobre a criminalidade feminina. Por fim, busca-se debater a relação das mulheres com as instituições policiais e prisionais, desde a seletividade do controle aos percursos institucionais marcados por mecanismos de sujeição que acentuam a violência baseada no gênero.
Coordenadora: Alessandra Teixeira (UFABC)
Expositor(a)s: Christiane Russomano Freire (PUC-RS), Juliana Melo (UFRN)
Debatedor(a): Fernanda Emy Matsuda (UNIFESP)
MR29 - Novas e velhas direitas no Brasil: uma análise multidisciplinar
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 7 – Hotel Glória
Esta mesa recolhe uma visão poliédrica e analítica das direitas brasileiras. Começaremos falando dos intelectuais e instituições que produzem os conhecimentos que circulam no campo, passaremos, a continuação, a analisar a emergência de novos partidos conservadores, de diversas matrizes, durante os governos petistas, para acabar refletindo sobre as características e narrativas da "alternative rigth" e suas potencialidades políticas entre os democratas insatisfeitos. Esperamos que esta mesa ajude a entender um fenômeno que com frequência foi e continua sendo muito mal interpretado, que nos causa perplexidade, mas cuja importância na atual conjuntura não podemos mais negar.
Coordenação: Esther Solano Gallego (UNIFESP),
Expositor(a)s: Vera Alves Cepêda (UFSCar), Silvana Krause (UFRGS), Helcimara de Souza Telles (UFMG)
MR30 - O novo cenário para os estudos das Relações Raciais no Brasil Pós-Cotas: consequências, desdobramentos e desafios
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 10 – Hotel Lopes
A questão racial, uma das temáticas fundantes das modernas ciências sociais no país, tem passado por grandes transformações nas últimas décadas. Os debates gerados pela introdução das ações afirmativas, as mobilizações contra as discriminações desde os 1980, o aparecimento de um feminismo negro, os movimentos culturais de jovens negros das periferias, a judicialização de políticas anti-racistas, evidenciam que a discussão racial no Brasil é muito mais complexa do que há 30 anos atrás. Ações afirmativas, por exemplo, são. Desde os debates sobre aplicabilidade, ao longo dos anos 1990 até a lei de cotas em 2012, investigações foram produzidas a fim de avaliar possibilidades e eficácia, tornando o campo da educação, o campo preferencial de observação. Este novo cenário traz, novos desafios para o estudo das relações raciais cujos indícios podem ser observados em várias esferas da vida social. Assim, o objetivo principal dessa mesa é o de, a partir de perspectivas diferentes e complementares, ligadas às pesquisas e aos campos de saberes mobilizados pelos participantes da mesa, incitar discussões que possam ajudar a compreender as novas configurações da questão racial entre nós.
Coordenação: Angela Figueiredo (UFRB),
Expositor(a)s: Andrea Lopes da Costa Vieira (UNIRIO), Paulo Sérgio da Costa Neves (UFS), José Jairo Vieira (UFRJ)
MR31 - O STF na crise. A crise no STF.
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 8 – Hotel Glória
O Supremo Tribunal Federal se encontra no centro da crise de regime que assola o país. Tribunal constitucional, órgão de cúpula do Judiciário e instância de julgamento de altas autoridades, o STF se tornou o desaguadouro inevitável de conflitos políticos de máxima grandeza. A crise institucional que se seguiu às eleições de 2014, aos desdobramentos da Lava Jato e ao afastamento de Dilma Rousseff, alçou o STF à condição de árbitro das grandes contendas políticas, submetendo-o igualmente a pressões inéditas. Neste processo, o tribunal também expôs suas fragilidades internas, seja na forma pouco transparente mas estratégica de condução da pauta de julgamentos, passando pelo comportamento errático de seus ministros, até a inconsistência de suas decisões. Talvez não seja exagero afirmar que nunca o tribunal foi tão importante numa situação de crise, assim como nunca passou por uma crise interna tão séria quanto a atual. A MR pretende reunir pesquisadores dedicados ao estudo das instituições judiciais, que trabalham sob diferentes pontos de vista, a fim de propiciar uma análise acurada e um debate vigoroso acerca do STF na crise e da crise no STF.
Coordenação: Rogério Arantes (USP)
Expositor(a)s: Eloisa Machado (FGV-SP), Diego Werneck Arguelhes (FGV-Rio), Ligia Mori Madeira (UFRGS)
Debatedor(a): Andrei Koerner (Unicamp)
MR32 - Os usos sociais da casa e as “boas-maneiras de morar"
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 13 – Hotel União
A mesa congrega pesquisas de ciências sociais que tomam a casa como objeto de estudo e discutem as categorias de percepção social subjacentes ao ato de morar e aos esquemas de apreciação do espaço residencial. A análise dos usos sociais da moradia e das “boas-maneiras de morar” é uma área de pesquisa promissora no Brasil, onde os estudos que abordam direta ou indiretamente a arquitetura doméstica concentram-se nas propriedades formais e construtivas das edificações, priorizando as características intrínsecas e técnicas em detrimento das visões de mundo associadas à moradia, e das disputas pela definição legítima de habitação. Se, na trilha de Gilberto Freyre, há que se considerar a arquitetura à luz das exigências sociais do tipo de cultura em que emerge, trata-se de abordar a gênese social e as dimensões simbólicas dos modelos de habitação, e de discutir a apropriação diferencial das residências a partir das propriedades sociais dos habitantes. Priorizou-se, assim, nesta mesa, trabalhos atentos às mudanças nas concepções sobre a casa em suas relações com a experiência social, aos repertórios prescritivos do “bem-morar” e aos vínculos dos arquitetos com suas clientelas.
Coordenação: Camila Gui Rosatti (USP)
Expositor(a)s: Heloisa Pontes (UNICAMP), Carolina Pulici (UNIFESP), Louise Maciel (UFPE)
Debatedor(a): José Carlos Durand (FGV-SP, USP)
MR33 - Política científica, ciência militante: desafios contemporâneos dos estudos sociais das ciências e das tecnologias
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 11 – Hotel Lopes
De caráter eminentemente interdisciplinar, e habitado por profissionais das mais diversas áreas de formação (Filosofia, História, Economia, Engenharia, Sociologia, Antropologia, Física, Química, Biologia, Ciências da Informação) o campo dos “Estudos Sociais de Ciência e Tecnologia” tem reverberado e produzido, no universo das Ciências Sociais contemporâneas, discussões promissoras. Seja pela presença, não inocente, do adjetivo “social” na forma como congrega uma intenção analítica (“estudos”) com um universo de conhecimentos e práticas (“ciência”) que produzem “coisas” e ações técnicas (“tecnologia”). Seja pela aposta, que se torna evidente na forma como esse campo se nomeia, na tentativa de reconexão de esferas que imaginamos como separadas: Ciência e Tecnologia + Sociedade. Atualizando essa intenção de conectar - ou, de tornar mais evidentes as conexões entre - ciência e tecnologia aos arranjos socio-político-antropológicos que as constituem, propomos nessa mesa problematizar os desafios contemporâneos que envolvem pensar, no e a partir do Brasil, os processos de produção e circulação dos conhecimentos e de artefatos tecnocientíficos.
Coordenação: Guilherme José da Silva (UnB),
Expositor(a)s: Ivan da Costa Marques (UFRJ), Daniela Alves de Alves (PPGED), Leila Saraiva (UnB),
Debatedor(a): Daniela Tonelli Manica (UFRJ)
MR34 - Políticas de Inclusão: práticas, sentidos e efeitos
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, Sala 27 Câmara Municipal
Esta mesa visa refletir sobre projetos, programas e modos de intervenção destinados a "incluir" e inscrever determinados sujeitos e populações como alvos de atenção e de políticas públicas. Propomos três eixos de engajamento possíveis sobre o tema: o primeiro, que diz respeito às formas de "fazer" o Estado e as políticas públicas; o segundo, que se refere aos modos e sentidos da mobilização política de sujeitos e populações; e, por fim, o terceiro, que se interessa em debater os efeitos das práticas e políticas de inclusão. A partir das inspirações provenientes da Revista Horizontes Antropológicos n. 50, propomos prosseguir o debate, focando-nos em campos diversos de pesquisa: a economia moral da auditoria pública na construção das políticas de transparência e combate à corrupção" no Brasil, a relação entre memória, cidadania e pertencimento a partir dos movimentos em prol do direito ao voto estando-se fora do país, no Uruguai, e a construção performativa dos direitos a partir dos usos dos direitos humanos nas lutas por inclusão das pessoas em situação de rua e das pessoas com deficiência no Brasil.
Coordenação: Patrice Schuch (UFRGS)
Expositor(a)s: Simone Gonçalves Brito (UFPB), Silvina Merenson (IDAES/UNSAM-CONICET, Argentina), Patrice Schuch (UFRGS)
Debatedor(a): Claudia Lee Williams Fonseca (UFRGS)
MR35 - Políticas Públicas de diversidade na Educação
Dia 23/10, terça-feira, das 8h30 às 10h30, sala 6 – Hotel Glória
A mesa discute as propostas de pesquisas conduzidas com apoio do Edital DH e Educação (Edital CAPES
38/2017), desenvolvidas por equipes da UFMG, UERJ e UFSC e de pesquisa sobre a presença de professores negros nas universidades brasileiras. As questões da diversidade e dos direitos humanos se tornaram candentes no contexto atual de guinada conservadora da sociedade e política brasileiras. A despeito dessa nova realidade, inciativas de promoção da diversidade continuam a ser implantadas no sistema educacional brasileiro. Depois de anos de avanços das pautas de inclusão na educação superior, particularmente com a implantação de políticas de ação afirmativa, novas demandas por respeito à diversidade e aos direitos de grupos marginalizados na educação surgiram nas instituições de ensino, do fundamental à pós-graduação.
Coordenação: Miriam Pillar Grossi (UFSC),
Expositor(a)s: Rousiley Ceii Moreira Maia (UFMG), João Feres Júnior UERJ/IESP), Luiz Mello de Almeida Neto (UFG)
MR36 - Políticas públicas e desigualdades no Brasil do século XXI: transformações, inovações e continuidades (II)
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 9 – Hotel Glória
O objetivo da Mesa é discutir o impacto da ação estatal, por meio de diversas políticas públicas setoriais, sobre as desigualdades sociais e econômicas no Brasil do século XXI. Tendo como referência inicial as mudanças introduzidas pela Constituição Federal de 1988 e levando em consideração os legados das políticas e instituições do regime militar, serão analisadas não apenas algumas das principais transformações setoriais, mas também inovações e continuidades promovidas pelos distintos governos do período. A discussão estará centrada nas seguintes questões: até que ponto estas transformações tornaram as políticas mais redistributivas e combateram mais fortemente as desigualdades, influenciando os legados clássicos da centralidade estatal nas políticas e a cidadania regulada nas políticas sociais? Houve ruptura paradigmática nas políticas e em que momento?
Coordenação: Carlos Aurélio Pimenta de Faria (PUC-Minas)
Expositor(a)s: Marta Arretche (USP,CEM), Rebecca Abers (UnB), Eduardo César Marques (USP e CEM)
MR37 - Políticas públicas, meio ambiente e desenvolvimento
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 14 – Hotel União
A questão do desenvolvimento tem estimulado o debate acadêmico intenso desde o final da década de 1940, quando era sinônimo de progresso. Na década de 1980 ocorre o processo de transição à democracia, particularmente na Península Ibérica e na América Latina, o que imporá um novo padrão de ação do Estado chancelado por um conjunto de mecanismos de que começam a se organizar em molduras institucionais legítimas para a disputa e conclusão dos governos e dos programas. A 'questão ambiental' se consolida institucionalmente da a partir desse momento a partir do contributo de novos movimentos sociais, e de concepções teóricas e políticas que se articulam e contradizem com base nos mais variados interesses conceituais, econômicos e políticos nacionais e internacionais. No âmbito internacional, os países do centro do sistema econômico recomendam parcimônia no uso dos recursos naturais e, de outro lado, os países na periferia do sistema preconizam que o meio ambiente não deve limitar o desenvolvimento. Nesse sentido, analisar como os Estados tematizam e desenvolvem suas políticas públicas sobre o meio ambiente e o desenvolvimento é um debate completamente atual.
Coordenação: Fábio Fonseca Figueiredo (UFRN),
Expositor(a)s: Valeria Pereira Bastos (PUC-Rio), Roberto Eduardo Castillo Pizarro (IFGoiano), Eugênia Rosa Cabral (UFPA),
Debatedor(a): Hemerson Luiz Pase (FURG)
MR38 - Povos Indígena, Quilombolas e Comunidades Tradicionais e o não-reconhecimento pelo Estado
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 15 – Hotel União
O não-reconhecimento de povos indígenas, comunidades quilombolas e outras comunidades tradicionais pelo Estado é característica que marca a história do colonialismo e se tornou mais evidente nas últimas décadas, sobretudo em decorrência de pressões econômicas de grandes empresas interessadas em explorar os recursos naturais nos seus territórios, sendo um dos fatores que leva muitas dessas comunidades a reafirmar sua identidade étnica e exigir proteção. A bancada ruralista, no Congresso brasileiro, e a pressão de grandes empresas de mineração, construção de hidrelétricas e agronegócio visam enfraquecer os direitos dos povos indígenas, comunidades quilombolas e tradicionais, assegurados na Constituição Federal de 1988, com proposições legislativas como a PEC 215/2000. A questão do reconhecimento é tema de alta relevância neste momento histórico marcado por tentativas de desconstrução de direitos e deslegitimação de reivindicações das populações tradicionais.
Coordenação: Aderval Costa Filho (UFMG)
Expositor(a)s: Eliane Cantarino O’Dwyer (UFF), Andrea Zhouri (UFMG) Stephen Grant Baines (UnB)
Debatedor(a)a: Ana Flávia Moreira Santos (UFMG)
MR39 - Seria o Lulismo Populista?
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 18 – Hotel Caxambu
Esta proposta de mesa redonda tem dois objetivos principais. O primeiro é realizar uma discussão acerca do "lulismo", um fenômeno recente na política brasileira. O lulismo, de forma geral, pode ser caracterizado como um tipo específico de adesão popular a um líder político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Tal fenômeno, sugere André Singer, teria iniciado ainda na presidência de Lula. Seus efeitos, como podemos perceber, perduram nos dias de hoje, impactando de tal forma a política brasileira a ponto de dividir o país – nos âmbitos eleitoral e extra eleitoral – entre lulismo e anti lulismo. O segundo objetivo desta mesa é posicionar o debate acadêmico sobre o lulismo desde uma perspectiva dos novos estudos sobre o populismo. Esses novos estudos, conduzidos por autores de distintas matrizes teóricas, tais como Margaret Canovan, Cas Mudde e Cristóban Kaltwasser e Ernesto Laclau, têm ressignificado o populismo, atribuindo-lhe novas e mais refinadas capacidades interpretativas que inexistiam nas primeiras formulações do fenômeno.
Coordenação: Mayra Goulart da Silva (UFRRJ)
Expositor(a)s: Mayra Goulart da Silva (UFRRJ), Joanildo Albuquerque Burity (FUNDAJ), Daniel de Mendonça (UFPel )
MR40 - Sociologia da Educação no Brasil: entre permanências e novos objetos
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 17 – Hotel Caxambu
A análise das tendências observadas nos últimos 15 anos em Sociologia da Educação é o foco do debate proposto. A educação constitui um objeto caro à Sociologia brasileira, apresentando um fluxo constante de produção acadêmica. Assim, a perenidade da área – expressa em levantamentos anteriores (Gouveia, 1989; Neves, 2002; Martins, 2002; Martins & Weber, 2010) ou na constatação de sua presença no conjunto da Sociologia, ela aparece como temática de trabalho predominante em 11% dos sócios da SBS (Dwyer et al., 2013) – significa forte indício da reflexividade necessária acerca de suas disposições recentes. Extrapolando a mera descrição do exame de artigos e livros publicados e papers apresentados na Anpocs, a discussão abordará os seguintes eixos: o primeiro relativo às mudanças morfológicas (expansão, ampliação de acesso e permanência no sistema de ensino) e sua relação com as desigualdades e, o segundo, as respostas dadas pelos especialistas ao processo de escolarização, sejam os estritamente acadêmicos, sejam atores que buscam influenciar as políticas educacionais (policy makers, dirigentes estatais ou do setor privado).
Coordenação: Carlos Benedito Martins - (UnB)
Expositor(a)s: Ana Paula Hey (USP), Ana Maria Fonseca de Almeida (UNICAMP),Carlos Benedito Martins - (UnB)
MR41 - Tecnologias que fazem a polícia : produção de verdade, segurança pública e o trabalho policial
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 16 – Hotel União
Embora não tenha grande visibilidade, a tecnologia constitui parte fundamental do trabalho da polícia. Seja na busca por indícios criminais, na produção de arquivos, de verdades documentais (reveladas/comprovadas por métodos científicos), ou permitindo novas formas de organizar as agências de segurança e ocupar o território urbano, a atividade policial é composta por um muitas tecnologias que se comunicam, entrecruzam e formam, junto com as pessoas que trabalham na e para a polícia, uma extensa rede cujo objetivo declarado é a produção da ordem urbana e da segurança pública. A mesa apresenta pesquisas sobre diferentes contextos nos quais inovações científicas e tecnológicas ganham centralidade (o que não significa que sempre cumpram suas promessas) nas tarefas de investigação ou de gestão e na segurança da população. Assim, a compreensão de como, sob quais premissas e a partir de quais interesses, são produzidas, adotadas e replicadas as tecnologias policiais é também entender como funcionam as instituições de segurança a partir de pontos fundamentais da sua prática diária, fundamentais na própria composição das instituições policiais, suas tarefas, limitações, falhas e desafios.
Coordenação: Bruno de Vasconcelos Cardoso (UFRJ),
Expositor(a)s: Flavia Medeiros Santos (UFF), Pierre Piazza (Université de Cergy-), Larissa Nadai (UNICAMP)
MR42 - Uma sociologia e antropologia da moral da “humanidade elástica”: plasticidade, ampliação e redução de estados de humanos e de não humanos
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 22 – Hotel Palace
Considerando a crescente visibilidade, no debate público, de operações críticas e morais que podem simultaneamente desumanizar humanos, humanizar animais e/ou qualificar uns e outros em um eixo humanização/desumanização, a mesa reúne pesquisadores cujos trabalhos empíricos se voltam para a compreensão de diferentes dimensões da construção moral da humanidade e das não humanidades. Partindo-se das problematizações ordinariamente realizadas por atores que humanizam/inumanizam/desumanizam certos seres, a mesa tem como objetivo propor uma análise sobre as consequências dessas qualificações no que tange às elaborações de problemas públicos e/ou de linguagens de direito e às atuais coordenações, levando a sério pressupostos de simetrização. Esta reflexão representa um importante desafio das ciências sociais, considerando os pesos dessas qualificações no tocante a formas políticas emergentes que parecem se orientar por, de um lado, uma redução do estatuto de humano de determinadas pessoas; por outro, pela relativização da distância entre não humanos e humanos, indistinguindo-se essas esferas da existência e contribuindo para a compreensão de uma sociabilidade cada vez mais fragmentada.
Coordenação: Jussara Freire (UFF)
Expositor(a)s: Gabriel Noel (IDAES/UNSAM), Ana Paula Perrota (UFRRJ), Cesar Pinheiro Teixeira (UFRJ)
Debatedor(a): Alexandre Werneck (UFRJ)
MR43 - Tributação e Desigualdade
Dia 25/10, quinta-feira, das 8h30 às 10h30, sala 21 – Hotel Palace
Qual o grau de concentração da renda pessoal e como se comportou recentemente? Estudos recentes, com o uso dos registros fiscais do IR, mostram o quão elevada é a desigualdade de renda e como benefícios e isenções no imposto sobre a renda reduzem significativamente o efeito redistributivo do Imposto de Renda. Quais as consequências para a política social desses achados? Que mudanças nos tributos podem ter impactos distributivos e na redução das desigualdades sociais? Quais os impactos da tributação diferenciada do capital e do trabalho? Essas questões tratam das dificuldades na construção de um sistema tributário redistributivo, com destaque para a resiliência dos mais ricos em reduzir a participação na renda.
Coordenação: Pedro Herculano de Souza (IPEA)
Expositores: Rodrigo Orair (IFI/IPEA), Marcelo Medeiros (IPEA), Rober Ávila (UFRGS)
Debatedor: Fernando Gaiger Silveira (IPEA)